Serge Joncour vence Prémio Femina e Deborah Levy ganha Femina étranger

A portuguesa Dulce Maria Cardoso chegou a estar entre os finalistas ao Prémio Femina Étranger.

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Serge Joncour não está traduzido em Portugal DR

O escritor francês Serge Joncour venceu o Prémio Femina 2020 com Nature humaine, romance rural que retrata as mudanças em França no final do século XX através do destino de uma família de agricultores do Sudoeste do país, enquanto a britânica Deborah Levy arrecadou o galardão para melhor romance estrangeiro, com O Custo de Vida e Coisas que não Quero Saber, ambos editados em Portugal pela Relógio d'Água 

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O escritor francês Serge Joncour venceu o Prémio Femina 2020 com Nature humaine, romance rural que retrata as mudanças em França no final do século XX através do destino de uma família de agricultores do Sudoeste do país, enquanto a britânica Deborah Levy arrecadou o galardão para melhor romance estrangeiro, com O Custo de Vida e Coisas que não Quero Saber, ambos editados em Portugal pela Relógio d'Água 

Serge Joncour, que não tem obra publicada em Portugal, já tinha sido galardoado em 2016 com o Prémio Interallié, por Repose-toi sur moi, um romance de amor.

Na categoria de ensaio, o autor premiado foi Christophe Granger, com Joseph Kabris ou les possibilités d'une vie, ao passo que o Prémio Especial do Júri foi para o libanês Charif Majdalani, por Beirut 2020. Também estes dois autores estão inéditos em Portugal.

A escritora portuguesa Dulce Maria Cardoso chegou a estar na corrida a este prémio com o seu romance Eliete –​ A vida normal, editado em França pelas Editions Chandeigne, com tradução de Elodie Dupeau, mas acabou por não figurar entre os seis finalistas.

O Femina de 2020 é uma excepção nesta temporada literária francesa, tendo a maioria dos outros prémios, como o Goncourt, adiado o anúncio dos respectivos vencedores até à reabertura das livrarias. Na semana passada, e face ao aumento exponencial de casos de covid-19 em França, Emmanuel Macron decretou o encerramento do comércio “não essencial”, desencadeando o protesto veemente do sector livreiro.

“O evento anual do prémio literário é um acto vital de apoio a todos os actores da cadeia do livro: editoras, livreiros e autores que actualmente resistem por todos os meios a circunstâncias adversas. Estamos em total solidariedade com os livreiros”, explicou o júri do Femina.

a Academia Goncourt optou por não anunciar o vencedor na data prevista, argumentando que se o fizesse estaria a beneficiar apenas a Amazon ou os distribuidores em massa, e iria matar a rede de livrarias que todos os anos dependem do prémio para existir e atrair pessoas”, como frisou o presidente do júri, Didier Decoin, lembrando que “o confinamento é, para algumas áreas, uma sentença de morte”. Os livros, considerou, “são mais do que um meio de distracção, são ferramentas para melhor compreender o mundo, especialmente as pandemias”.

O Prémio Femina foi criado em 1904 por 22 colaboradores da revista feminina La Vie Heureuse e teve sempre um júri composto exclusivamente por mulheres, em protesto contra o facto de o júri do Prémio Goncourt ser formado apenas por homens. O Prémio Femina Étranger foi criado em 1985 e já distinguiu autores como Javier Marías, Antonio Muñoz Molina, Richard Ford, Sofi Oksanen, Ian McEwan, Julian Barnes e Joyce Carol Oates, além do português Vergílio Ferreira, pelo romance Aparição, em 1990.