Governo avalia confinamento total nas duas primeiras semanas de Dezembro

O recolher obrigatório também está em cima da mesa, mas só deverá acontecer a partir de meados de Novembro.

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António Costa está a ouvir os partidos antes do Conselho de Ministros extraordinário agendado para este sábado LUSA/TIAGO PETINGA

O Governo está a avaliar a possibilidade de decretar confinamento geral nas duas primeiras semanas de Dezembro. O objectivo é evitar deslocações durante as semanas de feriados, soube o PÚBLICO junto de fontes partidárias presentes na ronda de encontros com o primeiro-ministro, esta sexta-feira. De acordo com as informações recolhidas, o funcionamento das escolas deverá manter-se em regime presencial, mas o comércio deverá fechar portas.

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O Governo está a avaliar a possibilidade de decretar confinamento geral nas duas primeiras semanas de Dezembro. O objectivo é evitar deslocações durante as semanas de feriados, soube o PÚBLICO junto de fontes partidárias presentes na ronda de encontros com o primeiro-ministro, esta sexta-feira. De acordo com as informações recolhidas, o funcionamento das escolas deverá manter-se em regime presencial, mas o comércio deverá fechar portas.

Em cima da mesa estarão dois cenários, com a possibilidade de se tornarem gradativos. O primeiro cenário implica estender aos concelhos com uma média de casos superior a 240 casos por cada 100 mil habitantes as medidas aplicadas actualmente em alguns concelhos do Norte (Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras), ou seja, decretar o teletrabalho obrigatório (sempre que possível), restringir os espectáculos e eventos e ter a restauração e o comércio a encerrar às 22h (actualmente os clientes podem entrar até à meia-noite)​.

O segundo cenário é o do recolher obrigatório a partir das 22h ou 23h (não foi indicado a hora de fim), mas para isso seria necessário voltar a decretar o estado de emergência. Esta quinta-feira o BE pedia que a decisão fosse sustentada com “evidência científica”. “É preciso perceber em que medida é que recolher às 22h traz efeitos no controlo da pandemia”, dizia o deputado bloquista Moisés Ferreira, em conversa com o PÚBLICO.

António Costa admitiu que prefere o primeiro cenário apresentado mas até terá confidenciado que tem sido alvo da pressão de autarcas a favor do recolher obrigatório. O primeiro-ministro terá também dito que a intenção do Governo é anunciar já ao país as várias possibilidades, com as regras claras de quais as restrições que serão agravadas num processo consoante a evolução dos contágios. O plano é avaliar estas decisões de 14 em 14 dias.

Sabe-se no entanto que, caso o recolher obrigatório seja implementado, tal só acontecerá após a primeira quinzena de Novembro e que o próprio executivo tem ainda dúvidas sobre a eficácia e sobre a durabilidade que seria aceitável a duração deste regime excepcional.

Aparentemente, o Governo fez conversas diferentes consoante o partido com que estava reunido, já que terá havido casos em que não foram mencionadas datas ou prazos para aplicação de medidas mais restritivas e outros em que foram avançados os dias de confinamento: entre 28 de Novembro e 14 de Dezembro.

Há, no entanto, uma certeza: apesar dos recordes de novos casos de infecção nos últimos dias, o pior ainda está para vir e prevê-se que isso seja em Dezembro. É com os olhos postos no último mês do ano – que começa com dois fins-de-semana que muitos farão prolongados e que termina com duas semanas de férias escolares e a semana das festas - que o Governo tem agora que decidir.

As medidas a tomar pelo Governo serão depois anunciadas por António Costa, no sábado, no final de uma reunião do Conselho de Ministros extraordinária.