Na Mazda, há um MX-5 que celebra 100 anos de história (e que só se consegue por encomenda)

O MX-5 “100th Anniversary” chega com vários elementos decorativos diferenciadores e com equipamento de topo, além de muitos mimos que habitualmente estão na lista dos extras.

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Cem anos de história, ainda que o percurso pelas estradas da mobilidade terrestre seja menos antigo — e ainda menos o investimento em roadsters. Mas foi com uma edição especial do roadster da sua gama que a marca de Hiroshima decidiu celebrar o seu centenário em Portugal (noutros mercados, há edições especiais de outros modelos e, no Japão, todos foram contemplados com uma). E a escolha lusa compreende-se: com uma história de 31 anos, o carro que soube recuperar o glamour dos clássicos dos anos de 1950 e 60 e que, ao longo das últimas três décadas (e quatro gerações), conseguiu amealhar fãs, sendo mote para um exclusivo clube, é já um ícone e o roadster mais vendido de sempre em todo o mundo.

Na outra ponta da história está o R360 Coupé, um minicarro que conquistou os japoneses em 1960 — sim, 40 anos após o arranque da laboração da Mazda e mais de 30 depois de, reflexo da crise, ter desistido da indústria da cortiça e voltado as suas atenções para o sector da mobilidade, começando pelas duas rodas. É que, não esqueçamos, a Mazda tem o coração em Hiroshima, palco de um dos episódios mais negros da história da humanidade, com o lançamento de uma bomba atómica, a “Little Boy, a 6 de Agosto de 1945, que resultou na destruição de parte da cidade (bem menos do que era pretendido, uma vez que a arma, com 65kg de urânio-235, explodiu antes de tocar no solo) e, segundo contas do município nipónico, ceifou a vida a 237 mil pessoas, entre vítimas directas e indirectas.

Também a Mazda foi uma vítima desta história e viu os seus planos suspensos ou simplesmente cancelados. Não obstante todas as contrariedades, o R360 Coupé tornou-se realidade em 1960, sendo pioneiro entre os minicarros (tinha quatro lugares, mas apenas se os traseiros fossem ocupados por crianças) e ganhando, pelo menos, um lugar na história automobilística e, claro, nos museus e entre colecções de todo o mundo, até pelas soluções técnicas apresentadas (podia ter apenas 16cv, mas apresentava suspensões independentes nas quatro rodas ou um sistema eléctrico de 12 volts; como extra havia ainda a possibilidade de usufruir de uma transmissão automática de, imagine-se, duas velocidades.)

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Mas deixemos o passado onde ele pertence. Hoje, século XXI, em pleno ano pandémico e apesar da crise que ameaça o sector (e tantos outros...), a Mazda tem motivos para festejar: conseguiu, com passos lentos, mas certeiros, afirmar-se como uma alternativa aos emblemas tradicionalmente premium: não só vai somando prémios de design uns atrás dos outros como investe numa construção que pretende ser irrepreensível e em motorizações tecnologicamente evoluídas.

E, para o provar, decidiu celebrar com uma edição especial do MX-5, a duas cores, como de resto o R360 Coupé já se tinha destacado há mais de meio século: de corpo pérola e tejadilho, no nosso caso de lona e retráctil manualmente, em bordeaux, é difícil passar despercebido. Não tanto pelas prestações, mas pelo charme que consegue deixar por cada lugar que passa. É que a motorização escolhida para dar alma a este carro de colecção foi o menos potente 1.5 Skyactiv-G de 132cv — com isso, a marca consegue manter o preço num patamar alcançável pela maioria das carteiras, mesmo que o nível de equipamento seja o de topo: 36.858,90 euros, sem despesas de transporte e legalização. Afinal, a democratização do roadster é algo que está, a par do baixo peso ou do prazer de condução, na génese da criação deste pequeno Mazda.

Em termos de especificidades, o MX-5 “100th Anniversary” chega com vários elementos decorativos diferenciadores: estofos em pele bordeaux, com o logótipo “100th Anniversary” bordado nos apoios da cabeça, tapetes com logótipo “100 Years 1920-2020”, sobre um piso também ele revestido a alcatifa bordeaux, tampões dos cubos das rodas com logótipo “100th Anniversary” e logótipo “100 Years 1920-2020” na lateral das carroçarias branco pérola. Também em termos tecnológicos chega apetrechado com equipamentos que habitualmente custam uns euros extra: o alerta de atenção do condutor (DAA), mitigadores inteligentes de colisões à frente e atrás (F-SCBS e SCBS-R), reconhecimento de sinais de trânsito (TSR) e câmara traseira.

Há ainda mimos para quem adquira o modelo de celebração: chave com direito a estojo especial, uma miniatura, à escala 1:43, do Mazda R360 de 1960 e o Mazda One Hundred, o livro em que se conta e ilustra parte significativa da agora centenária história. De tomar nota: o veículo está apenas disponível por encomenda.

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