Inês Marques aproxima-se do top 20 no Golden Trail Championship
A campeã nacional de trail foi 23.ª na segunda etapa da competição que se está a ser disputada nos Açores. Bruno Silva e Dario Moitoso voltaram a ser os melhores portugueses em masculinos.
Desta vez não houve a chuva intensa do primeiro dia do Golden Trail Championship (GTC), mas a segunda etapa da competição promovida para Salomon, que reúne na ilha do Faial a elite do trail running mundial, voltou a ser condicionada pelo mau tempo. Com neblina cerrada e rajadas de vento superiores a 50km/h nos pontos mais altos do percurso de 24,5 quilómetros, a ligação entre o Varadouro e o porto da Eira foi percorrida em primeiro lugar pelo polaco Bart Przedwojewski, em masculinos, e pela suíça Maude Mathys, em feminino. Entre os portugueses, o destaque vai para Inês Marques, que concluiu a etapa no 23.º lugar.
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Desta vez não houve a chuva intensa do primeiro dia do Golden Trail Championship (GTC), mas a segunda etapa da competição promovida para Salomon, que reúne na ilha do Faial a elite do trail running mundial, voltou a ser condicionada pelo mau tempo. Com neblina cerrada e rajadas de vento superiores a 50km/h nos pontos mais altos do percurso de 24,5 quilómetros, a ligação entre o Varadouro e o porto da Eira foi percorrida em primeiro lugar pelo polaco Bart Przedwojewski, em masculinos, e pela suíça Maude Mathys, em feminino. Entre os portugueses, o destaque vai para Inês Marques, que concluiu a etapa no 23.º lugar.
Após um primeiro dia em que os atletas foram fustigados por condições atmosféricas muito adversas, o GTC continuou condicionado pelo tempo adverso, mas, tal como na véspera, o primeiro classificado voltou a completar o percurso em menos de duas horas, confirmando o nível muito elevado da competição.
Segundo classificado no dia anterior, o polaco Bart Przedwojewski, da Team Salomon, reforçou o estatuto de candidato a vencer o GTC e cortou a meta ao fim de 1h56m03s, menos 44 segundos do que o norte-americano James Walmsley. O norueguês Stian Angermund, que este ano venceu na Serra da Lousã a segunda etapa do Golden Trail National Series, fechou o pódio.
Com a vitória no porto da Eira, Przedwojewski assumiu o primeiro lugar da geral, com 2m51s de vantagem sobre o francês Frederic Tranchand e 5m54s de avanço sobre o marroquino Elhousine Elazzaoui.
Entre os portugueses, os melhores voltaram a ser Bruno Silva (41.º) e Dario Moitoso (42.º), que, tal como na véspera, percorreram o percurso em conjunto, acabando a etapa separados por um segundo.
Cerca de quatro minutos mais tarde, chegou Bruno Sousa, colega de equipa de Bruno Silva na Furfor Running Project. Segundo o campeão nacional de Ultra Trail Endurance em 2019, o nível competitivo do GTC nos Açores está “muito alto e nota-se muito a diferença dos profissionais para os amadores”.
O atleta da equipa de Paredes explica que “nem num mundial se consegue reunir um ranking ITRA [International Trail Running Association] com um top-10 tão alto como os que estão” no Faial: “Já participei em dois mundiais e nunca senti tanta diferença e tantos atletas com este nível. Ando no meu limite e mesmo assim os primeiros estão a ser mais rápidos um minuto por quilómetro. Eu até sou um bocado maluco a descer, mas isto é fora de série…”
Após uma etapa em que “havia muita humidade e a progressão era mais lenta nas partes altas”, Bruno Sousa espera melhorar na segunda metade do GTC – “Por norma, começo a sentir-me melhor ao longo da competição” -, mas, em conversa com o PÚBLICO, não esconde algum desalento pelo cancelamento da etapa deste sábado no Pico.
Devido às condições meteorológicas esperadas para o terceiro dia da prova, a etapa que estava programa para a ilha do Pico será realizada no Faial. “Era um percurso ao meu género”, diz Bruno Sousa, que considera que “subir ao Pico e retornar à casa da montanha pelo outro lado seria brutal”.
Romeu Gouveia, 55.º na segunda etapa, também reconhece que a alteração no percurso é uma desilusão para os atletas: “Íamos a uma outra ilha e íamos subir até aos dois mil metros na montanha mais alta de Portugal. Não é o desejado, mas teve que ser.”
No entanto, o atleta da Salomon Suunto Caravela considera que o Faial tem “condições excelentes para a prática da modalidade” e “está a ser uma surpresa muito agradável”.
Apesar de “não estar na melhor forma”, o triatlista de 22 anos diz ao PÚBLICO que quer “aproveitar a oportunidade de competir ao lado de atletas de elite” em “percursos duros”, mas “bem delineados pela organização”.
Na competição feminina, o top-3 voltou a ser formado por Tove Alexandersson, Maude Mathys e Blandine L'Hirondelle, mas desta vez houve uma inversão nos dois primeiros lugares: Mathys bateu Alexandersson por 2m32s.
Na geral, Tove Alexandersson mantém a liderança, mas Maude Mathys está agora mais perto. A sueca tem 4m21s de vantagem sobre a suíça, com a francesa L'Hirondelle no 3.º lugar, a 10m05s da líder.
Em evidência esteve Inês Marques. Depois de um 30.º lugar no primeiro dia, a campeã nacional realizou um excelente percurso, cortando a meta no 23.º lugar, a 25m20s de Mathys. Na geral, Marques ganhou quatro posições - é 26.ª -, aproximando-se do top-20.
Entre as 50 primeiras a chegar ao porto da Eira estavam ainda Mariana Machado (38.º), Luísa Freitas (40.º), Ester Alves (43.º), Joana Esperanço (44.º), Margarida Pereira (48.º) e Sara Silva (49.º).