A literatura serve de desculpa para tudo?

Não se escapa facilmente ao espírito de uma época. Eis como em tempos de revolução sexual, Vanessa Springora, 14 anos, passou de musa a personagem de ficção. A partir da cama de Gabriel Matzneff.

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JF PAGA

Passava os dias da sua infância “entre os livros”, como “algumas crianças passam os dias entre as árvores”. Tinha pais com ar de actores de cinema, mas à noite, escondida debaixo das cobertas, ouvia o pai tratar a mãe de “cabra” e de “puta”. Se os pais “são para as filhas umas muralhas”, conta Vanessa Springora no romance autobiográfico Consentimento, o seu era “uma corrente de ar”.

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Passava os dias da sua infância “entre os livros”, como “algumas crianças passam os dias entre as árvores”. Tinha pais com ar de actores de cinema, mas à noite, escondida debaixo das cobertas, ouvia o pai tratar a mãe de “cabra” e de “puta”. Se os pais “são para as filhas umas muralhas”, conta Vanessa Springora no romance autobiográfico Consentimento, o seu era “uma corrente de ar”.