Covid-19: Hospital Amadora-Sintra terá nova urgência dedicada à covid-19 em Novembro

A obra será financiada pelas Câmaras Municipais de Sintra e da Amadora, podendo beneficiar mais de meio milhão de utentes dos dois concelhos. O presidente da Câmara de Sintra diz que vê com naturalidade a adopção de medidas mais restritivas.

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Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) Rui Gaudencio

O Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), no distrito de Lisboa, vai dispor a partir de Novembro de uma nova unidade de urgência dedicada à covid-19, num investimento de 1,2 milhões de euros.

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O Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), no distrito de Lisboa, vai dispor a partir de Novembro de uma nova unidade de urgência dedicada à covid-19, num investimento de 1,2 milhões de euros.

Em comunicado, fonte oficial do Hospital Fernando da Fonseca (HFF) explica que a obra será financiada pelas Câmaras Municipais de Sintra e da Amadora, podendo beneficiar mais de meio milhão de utentes dos dois concelhos.

A nova unidade, que deverá abrir portas no final de Novembro, ficará instalada numa área de 750 metros quadrados e será destinada exclusivamente ao acolhimento e avaliação clínica de doentes e suspeitos da covid-19. O equipamento irá disponibilizar em ambulatório, uma sala de reanimação, uma sala de triagem, uma sala de espera, dez boxes para observação e monitorização de doentes, seis gabinetes de observação médica e uma sala de raio x.

Ao nível do internamento, a nova unidade irá disponibilizar 16 boxes para internamento de pacientes e dois quartos de isolamento. “Este investimento estruturante em contexto de aceleração da pandemia nos concelhos servidos pelo HFF permite criar dois circuitos separados, com reorganização dos espaços e dos recursos humanos afectos ao ambulatório do serviço de urgência, através da criação de duas áreas ambulatórias em locais distintos: uma área para doentes sem suspeita de infecção e outra área para doentes covid-19”, explica a nota.

O HFF serve cerca de 550 mil pessoas dos concelhos da Amadora e de Sintra.

Basílio Horta vê novas medidas com naturalidade

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, disse esta quinta-feira que vê com naturalidade a possibilidade de virem a ser adoptadas medidas mais restritivas de forma a proteger a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em declarações à agência Lusa, o autarca mostrou-se preocupado com a capacidade dos hospitais em dar resposta ao crescente número de infectados por covid-19. “Vejo as medidas que saírem da reunião de sábado [do Conselho de Ministros extraordinário] como necessárias para proteger a capacidade do SNS em dar resposta. Não quero imaginar o SNS sem capacidade de resposta e termos situações como as que viveram Espanha e Itália. Espero que não chegue a acontecer, mas temos de prevenir”, alertou Basílio Horta, eleito pelo PS.

A Norte, muitos autarcas solicitaram já ao Governo que declare o estado de emergência e adopte medidas mais severas em termos de circulação, algo que o autarca sintrense diz ser “justificado”, embora com reservas.

“É justificado esse pedido, embora tenha uma fé modesta nessas medidas restritivas. Ou as pessoas se convencem de que têm de autolimitar os seus direitos individuais em benefício da comunidade em que se inserem, ou não há medidas que valham. Pode evitar-se num determinando momento uma pressão excessiva sobre o SNS, mas não debelam a pandemia”, alertou.

Em Sintra os números de infectados têm também vindo a aumentar e Basílio Horta assume que o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) “está perto do seu limite”, pese embora este investimento de um milhão de euros que Sintra e Amadora fizeram para que fosse aumentada a capacidade das urgências.

Sobre as consequências das medidas que venham a ser adoptadas pelo Governo, Basílio Horta tem uma certeza: “Tudo o que vier não será bom. Pode ser justificado, claro que sim, mas não será bom para o concelho, para a economia ou para as pessoas”, conclui.