Líderes da UE não vão fechar fronteiras nem paralisar a economia em reacção à segunda vaga da pandemia
“Todos aprendemos a lição da Primavera”, disse Von der Leyen, que considerou anteriores restrições “inapropriadas” e até “prejudiciais”.
A União Europeia confronta-se com uma segunda vaga da pandemia de coronavírus “que é muito severa, dolorosa e pesada” mas, apesar de medidas difíceis e restritivas das liberdades, nenhum líder quer fechar fronteiras ou paralisar completamente a actividade económica, como aconteceu em Março, revelaram os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, no final de uma reunião informal por videoconferência na qual os 27 chefes de Estado e de governo analisaram a evolução da situação.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A União Europeia confronta-se com uma segunda vaga da pandemia de coronavírus “que é muito severa, dolorosa e pesada” mas, apesar de medidas difíceis e restritivas das liberdades, nenhum líder quer fechar fronteiras ou paralisar completamente a actividade económica, como aconteceu em Março, revelaram os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, no final de uma reunião informal por videoconferência na qual os 27 chefes de Estado e de governo analisaram a evolução da situação.
“Todos aprendemos a lição da Primavera”, garantiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acrescentando que durante as três horas de discussão não ouviu nenhuma voz favorável à repetição das medidas tomadas anteriormente para travar e conter a pandemia e que, sublinhou, acabaram por se revelar “desapropriadas” e até mesmo “prejudiciais” para o combate ao coronavírus.
“Nessa altura, os Estados membros olharam para dentro e fecharam as fronteiras. Isso prejudicou muito a situação, e não travou a expansão do vírus”, lembrou. “A abordagem agora é outra”, sublinhou a líder do executivo comunitário, satisfeita e encorajada com as palavras e ideias que ouviu dos governantes europeus: apoio, partilha, cooperação. O presidente do Conselho Europeu também gostou da “forte mensagem política” que os líderes lhe transmitiram no encontro. “Estamos unidos, todos no mesmo barco, com uma forte vontade de trabalhar juntos e de nos ajudar uns aos outros”, resumiu.
Em Berlim, a chanceler, Angela Merkel, resumiu a mensagem. “A coordenação europeia é fundamental. Para a Alemanha, um país no centro da Europa, é importante que as fronteiras permaneçam abertas, que a economia continue a funcionar e que os países enfrentem a pandemia juntos e unidos”, declarou.
A reunião por videoconferência serviu para os líderes trocarem opiniões e darem a conhecer as respectivas experiências nacionais: nos encontros informais do Conselho Europeu não são tomadas decisões, nem assinadas declarações ou conclusões. Por isso, o único resultado concreto foi um compromisso, assumido por todos, de respeitar as orientações e seguir as recomendações emitidas pela Comissão Europeia — no que tem a ver com o alargamento da capacidade de testagem, a utilização da plataforma europeia de interoperacionalidade das aplicações de rastreamento, ou a organização da logística de distribuição de futura vacina e de um quadro de referência sobre os grupos prioritários que devem ser imunizados primeiro em cada país.
No que diz respeito à disponibilização da vacina, Ursula von der Leyen disse ter boas notícias para os Estados-membros, na sequência dos contratos assinados pela Comissão com vários laboratórios farmacêuticos que estão a desenvolver ensaios clínicos. Assim que a vacina estiver disponível, “todos os países vão receber as primeiras doses ao mesmo tempo e nas mesmas condições, em função da sua população”, prometeu.
Como já tinha feito na véspera, a presidente da Comissão reforçou que por mais importantes que sejam as políticas públicas, só será possível vencer a pandemia seguindo as recomendações e mantendo os hábitos de lavagem das mãos, uso da máscara e distanciamento social. “Percebo que as pessoas estejam cansadas e preocupadas, mas ainda é preciso ter paciência e disciplina. Os governos devem agir com determinação, mas as pessoas também”, vincou.