FC Porto com resultado negativo de 116,16 milhões de euros

SAD portista comunicou Relatório e Contas de 2019/20 à CMVM, justificando os números recorde com a saída da Champions e com o impacto da pandemia. Capitais próprios negativos subiram para 151 milhões.

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O Estádio do Dragão só voltou a ter público no regresso da Liga dos Campeões LUSA/FERNANDO VELUDO

A pandemia de covid-19, a eliminação da Liga dos Campeões e a decisão de não “desmantelar” a equipa que garantiu o título de campeão português e a conquista da Taça de Portugal estão, de acordo com o Relatório e Contas de 2019-20 que o FC Porto enviou, esta quarta-feira, à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), na origem do prejuízo recorde de 116,16 milhões de euros apresentado pela SAD “azul e branca”.

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A pandemia de covid-19, a eliminação da Liga dos Campeões e a decisão de não “desmantelar” a equipa que garantiu o título de campeão português e a conquista da Taça de Portugal estão, de acordo com o Relatório e Contas de 2019-20 que o FC Porto enviou, esta quarta-feira, à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), na origem do prejuízo recorde de 116,16 milhões de euros apresentado pela SAD “azul e branca”.

“As anómalas circunstâncias em que se desenvolveu a temporada 2019/2020 provocaram um resultado líquido fortemente negativo, mas que está de acordo com o orçamento aprovado em assembleia geral, ajustado dos impactos financeiros provocados pela pandemia covid-19” refere o FC Porto, passando a especificar os principais aspectos adversos.

“A não participação do FC Porto na edição 2019/2020 da UEFA Champions League e inevitável redução das receitas obtidas com a participação nas competições europeias; Na sequência da eliminação na pré-eliminatória de acesso à UEFA Champions League, em Agosto de 2019, foi assumido o risco de não desbaratar uma equipa que tinha sido preparada para disputar todas as competições, apostando no sucesso desportivo - o que resultou nas conquistas do campeonato e da Taça de Portugal - e prevendo efectuar antes do final do exercício, como é habitual, um montante em transferências que compensasse este impacto negativo”.

A SAD refere ainda o “adiamento do mercado de transferência para período após o encerramento das competições desportivas relativas à época 2019/2020, na sequência da interrupção e retoma tardia das competições motivada pela pandemia, o que impediu a transferência de direitos desportivos de jogadores até 30 de Junho e o registo das respectivas mais-valias”, bem como a “redução das receitas de transmissão televisiva, uma vez que os proveitos relativos aos jogos da temporada 2019/2020 realizados em Julho foram contabilizados em 2020/2021”.

Para o FC Porto, a “redução das receitas de bilheteira e do negócio corporativo, pela suspensão das competições e o retomar sem público nos estádios” concorreram igualmente para este resultado, sendo que os “dragões” apresentam agora um passivo de 451,8 milhões de euros e capitais próprios negativos de 151 milhões de euros.

O comunicado termina com a informação de que “a Sociedade efectivou já vendas de direitos desportivos de jogadores, por montantes muito significativos, nos primeiros meses do exercício 2020/2021, ou seja, já após o fecho do exercício em análise, pelo que não entraram nas contas aqui analisadas”. “Adicionalmente, o Conselho de Administração tem perspectivas claras de efectuar um montante consideravelmente superior até ao fecho do actual exercício”.