Foi pelo drama, não desprovido duma dureza autobiográfica, que no princípio da década muito se louvou Valérie Donzelli a propósito de Declaração de Guerra. Dez anos depois, “dureza” é coisa que parece ter desaparecido do seu cinema. Notre Dame de Paris é uma comédia tão levezinha, que parece existir sempre em estado gasoso — como, de certa forma, é “gasoso” e “imaterial” o seu acontecimento central: o passe de mágica (e efeitos especiais) que leva a maquette concebida pela protagonista (uma arquitecta semi-falhada e algo frustrada) à atenção dos promotores de um concurso para a remodelação de uma área da catedral de Notre Dame em Paris (e nas voltas do acaso, este será certamente um dos últimos filmes a registar imagens da catedral antes do incêndio do ano passado).
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Foi pelo drama, não desprovido duma dureza autobiográfica, que no princípio da década muito se louvou Valérie Donzelli a propósito de Declaração de Guerra. Dez anos depois, “dureza” é coisa que parece ter desaparecido do seu cinema. Notre Dame de Paris é uma comédia tão levezinha, que parece existir sempre em estado gasoso — como, de certa forma, é “gasoso” e “imaterial” o seu acontecimento central: o passe de mágica (e efeitos especiais) que leva a maquette concebida pela protagonista (uma arquitecta semi-falhada e algo frustrada) à atenção dos promotores de um concurso para a remodelação de uma área da catedral de Notre Dame em Paris (e nas voltas do acaso, este será certamente um dos últimos filmes a registar imagens da catedral antes do incêndio do ano passado).