O “Efeito-Saramago”: texto publicado em 1995, quando saiu Ensaio Sobre a Cegueira
Com Ensaio Sobre a Cegueira, o novo romance de José Saramago, regressa algo que se tornou habitual na recepção dos livros do autor, algo que O Evangelho Segundo Jesus Cristo já levou quase à exaustão: fala-se pouco do romance, mas fala-se muito da força das ideias-chave à volta das quais o romance se constrói. Cada vez mais essas ideias se transformam na razão de ser do romance, esquecendo-se o processo criativo que o sustenta. E, afinal, como é este romance, para o qual o autor elegeu como motor da intriga uma estranha e fulminante cegueira, que se propaga como uma epidemia?
Enquanto lia Ensaio sobre a Cegueira não pude deixar de pensar em Carlos de Oliveira e Finisterra - Paisagem e Povoamento. A memória segue caminhos, aparentemente, inexplicáveis, mas não resistimos a avançar com razões (a obediência ao princípio da razão).
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Enquanto lia Ensaio sobre a Cegueira não pude deixar de pensar em Carlos de Oliveira e Finisterra - Paisagem e Povoamento. A memória segue caminhos, aparentemente, inexplicáveis, mas não resistimos a avançar com razões (a obediência ao princípio da razão).