Covid-19: risco de transmissão durante um voo é “muito baixo”, desde que se use máscara
Depois das companhias aéreas terem declarado o uso obrigatório de máscaras, reforçado os procedimentos de limpeza e revisto os procedimentos de embarque, e após “milhões de horas de voo, estudo conclui existirem poucas provas, até à data, de transmissão de doenças a bordo”.
Os riscos de transmissão da covid-19 durante voos são muito baixos e inferiores a outras actividades de rotina durante a pandemia, tais como ir às compras à mercearia ou sair para jantar, quando se utilizam máscaras e se tomam outras medidas, disseram os investigadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, esta terça-feira, 27 de Outubro.
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Os riscos de transmissão da covid-19 durante voos são muito baixos e inferiores a outras actividades de rotina durante a pandemia, tais como ir às compras à mercearia ou sair para jantar, quando se utilizam máscaras e se tomam outras medidas, disseram os investigadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, esta terça-feira, 27 de Outubro.
O relatório concluiu que os riscos de transmissão podem ser “reduzidos a níveis muito baixos através da combinação de medidas de controlo de infecções em camadas”.
O relatório, financiado pela Airlines for America — grupo comercial que representa companhias como a American Airlines, United Airlines e Delta Air Lines, entre outras — e um consórcio de fabricantes de aviões e equipamentos e operadores aeroportuários, é divulgado numa altura em que as companhias aéreas americanas perdem milhares de milhões de dólares por mês, uma vez que a procura de passageiros continua com uma diminuição de cerca de 65% face ao ano anterior, devido à pandemia.
As companhias aéreas americanas estão a operar apenas 50% dos voos que efectuaram em 2019. Algumas transportadoras anunciaram recentemente novos planos para acabar com o bloqueio dos lugares do meio dos aviões.
A equipa da Iniciativa de Saúde Pública da Aviação em Harvard recomendou estratégias para mitigar o risco de transmissão nas aeronaves, durante o embarque e a saída. O relatório descobriu — depois das companhias aéreas terem declarado o uso obrigatório de máscaras, reforçado os procedimentos de limpeza e revisto os procedimentos de embarque, e após “milhões de horas de voo — que são poucas as provas, até à data, de transmissão de doenças a bordo”.
Segundo o estudo, as aeronaves comerciais de passageiros estão equipadas com sistemas de ventilação que, em média, renovam o ar da cabine a cada dois a três minutos e removem mais de 99% das partículas do tamanho daquelas que transmitem o SARS-CoV-2. Os investigadores também concluíram que o uso de máscaras reduz significativamente os riscos de transmissão de doenças durante a pandemia de covid-19.
Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA emitiram este mês uma “forte recomendação” para que todos os passageiros e empregados nos aviões e aeroportos usem máscaras para evitar a propagação da covid-19.
O relatório de Harvard explica que os riscos continuam a ser que as pessoas contagiosas, pré ou assintomáticas, possam não estar cientes e optar por voar.
Também um estudo do Departamento de Defesa dos EUA, divulgado no início de Outubro, constatou que o risco de exposição ao novo coronavírus nos voos é muito baixo. Quando um passageiro sentado está a usar máscara, uma média de 0,003% de partículas de ar dentro da zona de respiração à volta da pessoa é infecciosa, mesmo quando todos os lugares estão ocupados, indica o estudo.