Espanha decreta novo estado de emergência, com a intenção de o prolongar até Maio
Medida estabelece ainda um recolher obrigatório, entre as 23h e as 6h, que as regiões podem adiantar, ou atrasar, uma hora, disse Pedro Sánchez.
O Executivo espanhol aprovou na manhã deste domingo um novo estado de emergência em todo o país. A medida de excepção entra em vigor por 15 dias, mas o chefe de Governo, Pedro Sánchez, disse que tem a intenção de o prolongar por seis meses.
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O Executivo espanhol aprovou na manhã deste domingo um novo estado de emergência em todo o país. A medida de excepção entra em vigor por 15 dias, mas o chefe de Governo, Pedro Sánchez, disse que tem a intenção de o prolongar por seis meses.
As medidas de contenção da propagação do coronavírus associadas a este estado de emergência determinam o recolher obrigatório em todo o país entre as 23h e 6h, maiores restrições para as “reuniões sociais" e a proibições de circulação entre algumas comunidades (salvo por motivos justificáveis e excepcionais).
A aplicação das regras do estado de emergência recaem nas regiões, que podem adiantar ou atrasar a restrição de mobilidade uma hora, declarou Pedro Sánchez, mas não anulá-la (em todas as regiões tirando as Canárias onde a situação epidemiológica não é tão preocupante). As excepções são de quem tenha razões de força maior, como ter de comprar medicamentos, por obrigações laborais, ou por ter de cuidar de menores ou maiores, enumerou o governante, que recusou, no entanto, a expressão “recolher obrigatório”, preferindo “restrição de mobilidade”.
As regiões podem também limitar entradas e saídas, como estão já a fazer, disse Sánchez, com as excepções de “senso comum”, assim como limitar as reuniões sociais a um máximo de seis pessoas que não vivam juntas.
Espanha regressa ao estado de emergência sete meses depois de decretar o primeiro, a 14 de Março. As medidas são, porém, mais brandas do que em Março, sublinhou Sánchez, porque a situação também é diferente.
São medidas extraordinárias para uma situação extraordinária, declarou Sánchez. Os peritos, disse, consideram-nas “plenamente justificadas”.
O Governo, e a maioria das regiões, acredita que o confinamento nocturno é necessário porque mais de 30% dos contágios estão a acontecer em encontros sociais em casas, diz ainda o diário El País.
Os políticos acham que a medida de fechar os bares à 1h não é suficiente porque as pessoas — não só os mais jovens, embora estes com mais frequência — juntam-se de seguida em casas. A possibilidade de transmissão do vírus é aumentada exponencialmente por contacto prolongado em espaços fechados e pouco ventilados.
O Governo pretende que seja o Parlamento a aprovar o estado de emergência até 9 de Maio para evitar repetidas votações como aconteceu na primeira fase da pandemia, e Sánchez disse que o período de seis meses é ditado pela avaliação dos peritos de que dificilmente a segunda vaga está ultrapassada muito antes disso. O Governo não quer estar “nem um dia mais” com restrições que não sejam necessárias, sublinhou e repetiu Sánchez.
Sánchez terminou a sua intervenção apelando à “disciplina, resistência, e moral de vitória” dos espanhóis para lidar com a pandemia.