Nuno Palma. Afinal, quantos séculos tem o atraso económico de Portugal?
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Esta semana, no podcast 45 Graus, o convidado é Nuno Palma, professor de economia na Universidade de Manchester e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado sobretudo à área da História Económica — que foi o tema desta conversa.
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Esta semana, no podcast 45 Graus, o convidado é Nuno Palma, professor de economia na Universidade de Manchester e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado sobretudo à área da História Económica — que foi o tema desta conversa.
Graças à investigação de Nuno Palma, hoje sabemos melhor como evoluiu a economia e o nível de vida dos países da Europa ocidental. Para além disso, temos também uma ideia melhor das causas que explicam porque é que alguns lugares se desenvolveram mais do que outros, e ainda, tão ou mais importante, quando começou essa divergência de destinos entre países como Portugal e Inglaterra.
Por exemplo, em relação a Portugal, o convidado fez, juntamente com Jaime Reis, um cálculo da evolução do PIB por pessoa desde 1527 (!). Como é que se calcula o PIB para uma época tão recuada? Não é fácil, recorrendo apenas à informação que era recolhida na altura: livros de contabilidade de instituições como mosteiros, hospitais, ou a Universidade de Coimbra, onde constava informação sobre, por exemplo, preços e salários pagos.
Noutro trabalho, este feito com António Henriques, o convidado tentou medir as causas para o crescimento da economia, tentando aferir a evolução comparada da qualidade das instituições entre Portugal, Espanha e Inglaterra desde 1385 (!) até 1800. Porquê medir a qualidade das instituições? Porque cada vez mais percebemos que o que determina o desenvolvimento económico dos países — ainda hoje —, mais do que políticas económicas no papel, e para lá dos recursos naturais, é a qualidade das suas instituições. Por “instituições” entende-se, por exemplo, as limitações impostas ao poder executivo ou o cumprimento dos contratos. Em termos simples, desenvolvem-se os países cujas instituições permitem e encorajam as pessoas a dedicarem-se a actividades produtivas; não se desenvolvem aqueles onde o poder está concentrado nas mãos de uma elite, que vive à custa do resto da sociedade.
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