Pode a América voltar a ser a América aos olhos do mundo?

Não vale a pena alimentar a ilusão de que a relação da América com o mundo vai regressar ao ponto em que estava antes de Trump. “Não há bilhete de regresso ao mundo antes de Donald Trump”.

Foto
2020, o ano em a sorte do mundo esteve, em grande medida, dependente da escolha que os eleitores americanos MIKE SEGAR/Reuters

1. Uma das raras coisas normais nas eleições presidenciais americanas é o facto de quase ninguém mencionar a política externa. E, no entanto, para o resto do mundo, o seu resultado será “o mais pesado de consequências da história recente”. A afirmação de Julian Borger, analista do Guardian britânico, talvez não seja tão exagerada quanto parece. As eleições presidenciais americanas têm sempre um forte impacte global porque os Estados Unidos continuam a ser o país mais poderoso do mundo. Desta vez, soma-se uma outra razão. Talvez nunca tenham sido tão distintas as visões dos dois candidatos sobre a relação da América com o mundo. O primeiro mandato de Donald Trump conseguiu pôr fim ao habitual consenso bipartidário no domínio da política externa com que o resto do mundo podia contar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

1. Uma das raras coisas normais nas eleições presidenciais americanas é o facto de quase ninguém mencionar a política externa. E, no entanto, para o resto do mundo, o seu resultado será “o mais pesado de consequências da história recente”. A afirmação de Julian Borger, analista do Guardian britânico, talvez não seja tão exagerada quanto parece. As eleições presidenciais americanas têm sempre um forte impacte global porque os Estados Unidos continuam a ser o país mais poderoso do mundo. Desta vez, soma-se uma outra razão. Talvez nunca tenham sido tão distintas as visões dos dois candidatos sobre a relação da América com o mundo. O primeiro mandato de Donald Trump conseguiu pôr fim ao habitual consenso bipartidário no domínio da política externa com que o resto do mundo podia contar.