Teatro Globe e outras instituições culturais britânicas apoiadas pelo Governo de Londres
Fundo de Apoio à Cultura destinou 82,7 milhões de euros a 35 dos espaços e companhias mais prestigiados do Reino Unido. Dotação global agora anunciada ascende a 550 milhões de euros, de um fundo global de mais de 1,7 mil milhões.
O Shakespeare’s Globe Theater, icónica casa na margem direita do rio Tamisa dedicada ao teatro do autor de Macbeth, e outros 34 grandes espaços e companhias culturais do Reino Unido, vão receber um apoio global de 75 milhões de libras (cerca de 82,7 milhões de euros) do Governo de Londres, no âmbito do Fundo de Apoio à Cultura (Culture Recovery Fund, na designação oficial) anunciado já no passado mês de Julho pelo executivo de Boris Johnson como forma de combater a crise no sector provocada pela pandemia da covid-19.
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O Shakespeare’s Globe Theater, icónica casa na margem direita do rio Tamisa dedicada ao teatro do autor de Macbeth, e outros 34 grandes espaços e companhias culturais do Reino Unido, vão receber um apoio global de 75 milhões de libras (cerca de 82,7 milhões de euros) do Governo de Londres, no âmbito do Fundo de Apoio à Cultura (Culture Recovery Fund, na designação oficial) anunciado já no passado mês de Julho pelo executivo de Boris Johnson como forma de combater a crise no sector provocada pela pandemia da covid-19.
A réplica do teatro isabelino original — cujos responsáveis alertaram, no Parlamento inglês, em Maio, para a eventualidade de terem mesmo de fechar as portas, em consequência dos prejuízos acumulados durante a pandemia — vai receber até 3,3 milhões de euros, tanto quanto outras instituições prestigiadas do mapa cultural da Inglaterra, como o Old Vic e o English National Ballet, igualmente em Londres, ou o Birmingham Hippodrome.
Nas outras três dezenas de casas e companhias que receberão entre os 1,3 e 3,3 milhões de euros estão instituições como o Shakespeare Birthplace Trust, na terra natal do dramaturgo, Stratford-upon-Avon, o Teatro Mayflower em Southampton, o Teatro Real de Newcastle, o Teatro de Norwich, o Museu dos Transportes de Londres ou a Dulwich Picture Gallery, a sul da capital britânica.
Herança comum
Num comunicado emitido este sábado, a Secretaria da Cultura do Governo britânico anuncia a atribuição de uma verba superior a 550 milhões de euros, destinada a apoiar perto de 2500 casas e instituições culturais espalhados por todo o Reino Unido (70% das quais fora de Londres), desde teatros a cinemas, museus e outros locais patrimoniais, circos e festivais.
Este montante é parte dos 1,74 mil milhões de euros prometidos pelo Governo conservador de Boris Johnson como fundo de emergência para responder à pandemia, que, em Maio, tinha já provocado a perda de 350 mil empregos, um número que a segunda vaga da covid-19 está inevitavelmente a fazer crescer.
“Este financiamento vital visa desde já proteger os empregos e o futuro destas casas e instituições, que são parte insubstituível da nossa herança comum, e daquilo que nos torna a superpotência cultural que somos”, diz o secretário da Cultura, Oliver Dowden, no comunicado oficial.
Neste documento, o organismo governamental britânico esclarece que mais de 207 milhões de euros do Fundo de Apoio à Cultura serão destinados aos três outros países que integram o Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), estando, no entanto, a divulgação das entidades a apoiar delegada nos respectivos governos locais, e que esse anúncio será feito posteriormente.
O comunicado da Secretaria da Cultura britânica cita também as reacções de agrado por estas medidas, por parte de algumas figuras prestigiadas da cultura britânica, como o actor Andrew Scott, um embaixador do Old Vic, Tamara Rojo, directora artística do English National Ballet, ou Sir Nicholas Serota, o ex-director da Tate, que desde 2017 preside ao Arts Council England.
“Este último financiamento, o maior até hoje, irá apoiar alguns dos espaços culturais mais amados e admirados do país — desde grandes teatros e museus regionais a espaços históricos na capital —, que são essenciais para o desenvolvimento de uma nova geração de talentos e na criação de condições de trabalho para criadores freelance”, disse Serota.