Universidade de Lisboa investe 200 mil euros para testar toda a comunidade

Instituição vai usar os seus laboratórios para testar 600 pessoas por dia. Até ao final do ano lectivo, cada pessoa será testada duas vezes.

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Miguel Manso

A Universidade de Lisboa vai investir pelo menos 200 mil euros para fazer testes à covid-19 a todos os estudantes, professores e funcionários não docentes da instituição. Essa operação arranca na próxima semana e vai estender-se ao longo de todo o ano lectivo, durante o qual cada pessoa será testada duas vezes.

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A Universidade de Lisboa vai investir pelo menos 200 mil euros para fazer testes à covid-19 a todos os estudantes, professores e funcionários não docentes da instituição. Essa operação arranca na próxima semana e vai estender-se ao longo de todo o ano lectivo, durante o qual cada pessoa será testada duas vezes.

Aquela instituição de ensino superior vai usar os seus próprios laboratórios para esta operação de testagem maciça. O custo total da operação vai por isso depender da percentagem de casos positivos e da eventual necessidade de testar mais do que uma vez cada pessoa, avança ao PÚBLICO fonte da reitoria da universidade, liderada por António Cruz Serra. Para já, sabe-se que a colheita prevista a todos os elementos da comunidade académica vai implicar um investimento de 200 mil euros, suportado por receitas próprias da instituição.

A intenção da Universidade de Lisboa é evitar o surgimento de surtos de contágio pelo novo coronavírus entre a sua comunidade académica. Num balanço feito pelo PÚBLICO no início desta semana, a instituição apresentava apenas dez casos de covid-19 entre os estudantes – num universo de quase 500 “positivos” entre alunos em todo o ensino superior público. Esta quinta-feira, a instituição avançou à TSF que os testes serológicos já realizados – envolvendo cerca de mil pessoas – revelam que cerca 4% da comunidade académica esteve infectada, mas que é “quase nula” a propagação da doença dentro das faculdades.

A operação de testagem de toda a comunidade académica arranca na próxima semana e a Universidade de Lisboa estima que sejam feitas colheitas junto de 600 pessoas por dia. A escolha da amostra será aleatória e feita pelas próprias faculdades e institutos, de modo a incluir diferentes turmas e cursos. A cada duas semanas, será possível testar cerca de 10% da comunidade académica, antecipa a instituição.

Depois de testada toda a comunidade, o processo voltará ao início. A intenção da Universidade de Lisboa é testar todos os estudantes, professores e funcionários não docentes duas vezes durante o presente ano lectivo.

O centro médico da Cidade Universitária será o principal local de realização dos testes, mas os alunos, professores e funcionários podem também fazer o procedimento no Instituto Superior Técnico e Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, nas faculdades de Belas-Artes e de Motricidade Humana, bem como no pavilhão gimnodesportivo do Polo da Ajuda.

No final do mês passado, a Universidade de Coimbra anunciou que ia começar a testar 100 pessoas por dia para detectar casos de covid-19 entre estudantes, professores e funcionários. Vários institutos politécnicos seguiram a mesma prática, não só com um intuito sanitário, mas também com um intuito científico. É que os resultados dos testes aleatórios serão usados num projecto de investigação, que envolve os institutos Bragança, Viana do Castelo, Porto, Leiria, Castelo Branco e Setúbal, instituições que têm laboratórios certificados ou em processo de certificação.