Internamentos ao nível mais alto, mas há “capacidade de expansão”

Número de novas infecções bateu um novo recorde e os doentes internados em enfermaria e cuidados intensivos também subiram. Governo aprovou fim das taxas moderadoras nos exames a partir de 1 de Janeiro do próximo ano.

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As ministras Marta Temido e Mariana Vieira da Silva na conferência de imprensa após realização do Conselho de Ministros LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O número de novas infecções bateu um novo recorde e os doentes internados em enfermaria e cuidados intensivos também subiram. O país registou esta quinta-feira mais 3270 novos casos de infecção, sendo que perto de 2000 foram na região Norte. Também o número de doentes internados continua a subir: são 1365 doentes em enfermaria (mais 93 que no relatório anterior da Direcção-Geral da Saúde) e destes, 200 (mais 13) estão em unidades de cuidados intensivos.

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O número de novas infecções bateu um novo recorde e os doentes internados em enfermaria e cuidados intensivos também subiram. O país registou esta quinta-feira mais 3270 novos casos de infecção, sendo que perto de 2000 foram na região Norte. Também o número de doentes internados continua a subir: são 1365 doentes em enfermaria (mais 93 que no relatório anterior da Direcção-Geral da Saúde) e destes, 200 (mais 13) estão em unidades de cuidados intensivos.

No final do Conselho de Ministros, e ainda antes de se conhecer o boletim do dia, Marta Temido fez um balanço do total de camas disponíveis no país: o SNS, entre enfermarias médicas e cirúrgicas “tem 18.017 camas que podem ser também ocupadas por doentes com patologia covid” e 798 camas de cuidados intensivos “com capacidade de expansão”. Segundo a ministra, haverá até ao final do ano mais 123 camas de cuidados intensivos e mais 117 no primeiro trimestre de 2021.

Ainda em relação aos doentes internados, Marta Temido referiu que ao dia de ontem havia, em enfermaria geral, 489 pessoas internadas na região Norte e 491 na região de Lisboa e Vale do Tejo. A ministra acrescentou que estão a ser preparados novos espaços para aumentar a capacidade de resposta, como os hospitais de campanha que incluem camas de cuidados intensivos.

Quanto a uma eventual colaboração do sector privado na resposta à pandemia, “o sistema de saúde não tem só como operador o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou. “Tal como aconteceu na primeira fase da pandemia, o Serviço Nacional de Saúde poderá recorrer a outros sectores e poderá, se for necessário, usar a figura da requisição desses sectores. Mas de qualquer forma, estão em vigor as convenções para as regiões e os hospitais poderem adquirir camas ao sector privado seja de resposta covid ou não covid.”

Sobre a situação epidemiológica, assumiu que se prevê um aumento de casos nos próximos dias. “Temos algumas zonas no país com uma situação epidémica complexa”, afirmou a ministra, revelando que entre os dias 12 a 16 de Outubro o risco efectivo de transmissão (Rt) nacional foi de 1,26. A região Centro, especificou, é a que apresenta neste momento o Rt mais elevado do país: 1,38. Já Lisboa e Vale do Tejo é a que apresenta o Rt mais reduzido (1,17). “Em termos de taxa de notificação acumulada, nos últimos 14 dias, era entre 120 e 240 casos por cem mil habitantes”, acrescentou Marta Temido.

Governo compra medicamento

O Governo também vai assumir o processo de compra entre Outubro deste ano e Março de 2021 do medicamento remdesivir, indicado para o tratamento da covid-19 em doentes adultos e adolescentes com pneumonia que necessitem de oxigénio suplementar. A ministra explicou que serão adquiridos “mais de 100 mil frascos”, cujo custo por unidade é de 345 euros. Assim, “o custo desta compra rondará os 35 milhões de euros”, referiu.

O comunicado do Conselho de Ministro explica que “a aquisição será feita através de contrato específico a celebrar ao abrigo do contrato-quadro de aquisições conjuntas celebrado entre a Comissão Europeia e a empresa farmacêutica Gilead Sciences”. Até aqui, a aquisição era feita ao abrigo de um apoio de emergência da Comissão Europeia.

A ministra foi ainda questionada sobre a disponibilidade de vacinas contra a gripe nas farmácias e as queixas sobre dificuldades sentidas no acesso às mesmas. Marta Temido afirmou que este ano o SNS comprou “mais 34% de doses da vacina”, o que se traduz em 2 milhões e 70 mil doses. A que se juntam cerca de 500 mil doses compradas pelas farmácias comunitárias.

“Serão administradas vacinas a todos os que delas necessitem”, assegurou a ministra, lembrando que a entrega de doses não acontece de uma só vez e será distribuída ao longo de várias semanas. Até ao final da próxima semana deverão ter chegado país 1,4 milhões doses de vacinas contra a gripe.

Fim de mais taxas moderadoras

A partir do dia 1 de Janeiro deixam de ser cobradas taxas moderadoras nos exames complementares de diagnóstico. A ministra da Saúde explicou que esta medida aprovada no Conselho de Ministros, e que abrange os exames complementares de diagnóstico prescritos no âmbito dos cuidados de saúde primários e realizados fora do SNS, terão um custo estimado de 96 milhões de euros para o Estado.

Marta Temido recordou que no início deste ano deixaram de ser cobradas taxas moderadoras nas consultas dos centros de saúde e que desde Setembro a mesma regra foi aplicada aos exames realizados nos cuidados de saúde primários. A partir do próximo ano aplicar-se-á a todos os exames prescritos nos centros de saúde, “independentemente de serem em feitos em ambiente público, privado ou ambiente social”.