Sindicato diz que trabalhadores do Santander não permitirão assédio para sair
O Santander Totta está a fazer propostas de rescisão por mútuo acordo. Os trabalhadores que saírem recebem indemnização mas não terão acesso a subsídio de desemprego.
O presidente do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários disse esta quarta-feira, em plenário, que os trabalhadores do Santander Totta mostraram receios pela reestruturação em curso e que foi vincado que não será permitido assédio nas propostas de rescisão.
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O presidente do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários disse esta quarta-feira, em plenário, que os trabalhadores do Santander Totta mostraram receios pela reestruturação em curso e que foi vincado que não será permitido assédio nas propostas de rescisão.
Em declarações à Lusa, após o plenário de trabalhadores online que decorreu ao final da tarde, Paulo Marcos afirmou que os trabalhadores do Santander Totta mostraram “dúvidas, receios, angústias, interrogações” perante as propostas de rescisões por mútuo acordo que o banco tem vindo a fazer (em reuniões individuais com cada trabalhador em que além dos recursos humanos do banco está um consultor externo) e que o sindicato os informou de que qualquer decisão tem de ser efectivamente voluntária e que “assédio laboral é crime”.
“Sob a capa de negociação não pode haver assédio”, afirmou o dirigente sindical.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), no plenário foi debatido que quem aceite sair deve fazê-lo estando esclarecido das implicações dessa decisão em termos sociais, fiscais e de mudança de carreira.
Questionado sobre quantos trabalhadores está o banco a contactar para propor a saída, Paulo Marcos disse que o Santander Totta não deu informação concreta ao sindicato mas que pelo que vão sabendo junto dos trabalhadores se tratam de “dezenas e dezenas” de funcionários contactados nesta fase.
A semana passada foi conhecido que o Santander Totta está a fazer propostas de rescisão por mútuo acordo.
Os trabalhadores que saírem recebem indemnização mas não terão acesso a subsídio de desemprego.
Segundo informações obtidas pela Lusa junto de fontes sindicais, até final do ano haverá uma primeira fase de saídas de trabalhadores do Santander Totta mas o processo irá continuar em 2021.
Contactado pela Lusa, a semana passada, o banco não indicou quantos trabalhadores deverão sair na totalidade do processo de reestruturação.
O banco disse apenas que a sua a actuação “não sofreu alterações” e que mantém, para este ano, o “número médio de trabalhadores que saem por acordo” (rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas).
Em 2019, 249 funcionários saíram do Santander Totta. Já no final de Junho deste ano, o banco contava com 6.163 trabalhadores, menos 25 do que em final de 2019.
As agências eram 491 em Junho, menos 14 do que em 2019.
O Santander Totta tem consecutivamente apresentado lucros. No primeiro semestre deste ano, o resultado líquido foi de 172,9 milhões de euros, menos 37,3% face ao mesmo período do ano passado.
A redução da estrutura dos bancos tem vindo a acontecer nos últimos anos e vai continuar nos próximos meses e anos.
No final de Julho, a agência de rating Fitch considerava que, face à nova ameaça para o sector bancário português que representa a crise da covid-19, uma das medidas que os bancos tomarão serão novas reestruturações.