Covid-19: Portugal teve o segundo dia com mais casos. Número de infecções activas nunca foi tão elevado
Esta quarta-feira foram registadas 16 mortes e 2535 novos casos, o segundo valor mais alto de sempre. Há agora mais de 40 mil casos activos de infecção. Dos novos casos, 54% foram contabilizados na região Norte.
Portugal teve, esta quarta-feira, o segundo pior dia de sempre em termos de novas infecções por covid-19 — 2535 novos casos. O valor mais alto foi registado na passada sexta-feira, quando o país chegou às 2608 infecções diárias. Nos últimos 14 dias, Portugal não teve nenhum dia com menos de mil casos diários. No total, desde Março, 106.271 ficaram infectadas e 2229 pessoas já morreram por causa da doença — 16 nas últimas 24 horas.
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Portugal teve, esta quarta-feira, o segundo pior dia de sempre em termos de novas infecções por covid-19 — 2535 novos casos. O valor mais alto foi registado na passada sexta-feira, quando o país chegou às 2608 infecções diárias. Nos últimos 14 dias, Portugal não teve nenhum dia com menos de mil casos diários. No total, desde Março, 106.271 ficaram infectadas e 2229 pessoas já morreram por causa da doença — 16 nas últimas 24 horas.
Outro dos indicadores a subir foi o de infecções activas (dado este que teve a primeira descida nesta terça-feira e pela primeira vez desde meados de Agosto). Desde meados de Agosto que este indicador tem vindo a subir todos os dias, atingindo nesta quarta-feira o pico mais elevado: 40.804 infecções activas.
Por outro lado, também têm sido registados valores elevados de doentes recuperados da covid-19 — esta terça-feira, por exemplo, foi registado o segundo maior. Nesta quarta-feira, segundo a actualização da Direcção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 1340 casos recuperados, num total de 63.238. Pelo menos 55.882 pessoas estão ainda a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde, menos 244 desde o dia anterior.
Em relação à distribuição dos casos de internamento, existem agora mais 35 do que no dia anterior, num total de 1272 pessoas internadas — destas, 187 estão internadas em unidades de cuidados intensivos (mais 11 do que na terça-feira).
Dos novos casos registados nesta quarta-feira, 1379 foram contabilizados na região Norte (54%) e 863 em Lisboa e Vale do Tejo (34%), onde também foram registadas oito das 16 mortes. Na região Norte também foram registadas quatro mortes.
Olhando para a distribuição dos casos por região, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem o maior número acumulado de casos no país — ao todo, são 49.459 os registos de infecção e 898 mortes por covid-19. O Norte tem 42.921 casos e 980 mortes — é a região com o maior número de vítimas mortais. Já o Centro tem 8743 infecções (197 nas últimas 24 horas) e 283 mortes (duas desde terça-feira). O Alentejo totaliza 2163 casos (50 novos) e 30 mortes (uma nas últimas 24 horas). No Algarve há 2307 casos de infecção (41 nas últimas 24 horas) e 23 óbitos (mais um). A Madeira totaliza 349 casos de infecção (quatro novos) e zero mortes. Já os Açores registam 329 casos (mais um) e 15 mortes desde o início da pandemia.
Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 1004 são mulheres e 1125 homens. As 16 mortes registadas nas últimas 24 horas são referentes a 11 cidadãos acima dos 80 anos, quatro pessoas entre os 70 e os 79 anos e uma pessoa entre os 60 e os 69 anos. A doença causada pelo novo coronavírus é mais mortal na faixa etária acima dos 70 anos: a covid-9 matou 1935 pessoas com estas idades, o que representa 86,8% de todas as mortes registadas em todas as faixas etárias.
Aumento de casos coloca pressão no SNS
Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde, reconheceu esta quarta-feira que “o aumento de casos verificado nas últimas semanas coloca uma pressão significativa sobre o sistema de saúde e sobre a saúde publica”.
No entanto, afirmou que os meses iniciais da pandemia deram uma preparação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Esta preparação é “visível nos recursos humanos contratados, no equipamento adquirido e na reserva de equipamentos de protecção individual (…), no plano Outono/Inverno (...), na linha SNS 24, que ontem voltou a bater recordes, na capacidade de testagem, que tem por vários dias ultrapassado os 30.000 testes, na resposta hospitalar, com os seus planos de contingência, e na expansão de enfermarias e de cuidados intensivos”.
Segundo o secretário de Estado, a taxa de ocupação de camas de enfermarias para covid no país é de 72% no país. Já nos cuidados intensivos este valor desce para 71%. Em ambos os casos a região com maior ocupação é o Norte.
Surtos em lares, escolas e hospitais
Entre escolas, creches e ensino superior estão 49 surtos activos, segundo indicado esta quarta-feira pela directora-geral da Saúde, Graça Freitas. Ligado a estes surtos estão 449 casos reportados, mas ainda não contam com todos os alunos de Erasmus que têm sido identificados. Graça Freitas referiu ainda que, na fase em que nos encontramos, a prioridade é responder às dúvidas dos profissionais das escolas, alinhar as medidas com as normas que vão sendo divulgadas internacionalmente e trabalhar em conjunto (com o Ministério da Educação) para se monitorizar os casos das escolas, estando, ou não, ligados a surtos.
E, actualmente, há casos de infecção em 129 lares, indicou Serras Lopes. No total, são 1425 casos entre utentes e 593 nos profissionais. No entanto, o governante relembra que, “em Abril, chegámos a ter 365 lares com casos, face aos actuais 129 lares”.
Em meio hospitalar estão, no momento, 28 surtos activos com 326 casos envolvidos, disse a directora-geral da Saúde. “Não quer dizer que todos sejam surtos grandes, basta haver dois casos para ser considerado um surto”, afirmou Graça Freitas.
Em Portugal a maioria dos contágios no país continua a ser em contexto familiar ou social, como indicou Serras Lopes, quando questionado sobre a utilização de transportes e o não-desfasamento de horário de trabalho na região Norte. “Estamos a monitorizar a aplicação das regras que foram criadas”, garantiu.
A directora-geral da Saúde fez ainda um apelo às empresas para que recebam os seus trabalhadores que estão nesta situação “sem nenhum receio”. “Se as pessoas têm alta clínica quer dizer que estão aptas a voltar ao trabalho ou à escola.