PS acusa Rui Rio de “deixar cair o valor do interesse nacional”

José Luís Carneiro diz que o voto contra do PSD é a prova de que a proposta do OE é “uma resposta à crise com políticas de esquerda”.

Foto
José Luís Carneiro afirma que a proposta de OE é de esquerda Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral adjunto do PS acusa o líder do PSD de “ter deixado cair o valor do interesse nacional” ao anunciar o voto contra do maior partido da oposição à proposta de Orçamento do Estado para 2021.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O secretário-geral adjunto do PS acusa o líder do PSD de “ter deixado cair o valor do interesse nacional” ao anunciar o voto contra do maior partido da oposição à proposta de Orçamento do Estado para 2021.

“Não sendo uma surpresa, não deixa de ser contraditório que o doutor Rui Rio, num momento tão crítico para o país, tenha deixado cair o valor do interesse nacional” como fez na primeira fase de combate à pandemia, afirmou José Luís Carneiro na sede nacional do PS, em Lisboa, numa declaração sobre o anúncio do sentido de voto do PSD. Uma alusão à abstenção do PSD no Orçamento Suplementar, aprovado em Julho.

O dirigente socialista disse ainda não estar surpreendido com o voto contra do PSD ao diploma, considerando que “quem está a favor do congelamento do salário mínimo nacional e do corte na despesa pública, seja contra” um orçamento “que recusa a austeridade”.

Questionado sobre se equaciona fazer daqui a algum tempo uma declaração semelhante, mas nessa altura a reagir a um eventual voto contra do BE e o PCP, José Luís Carneiro respondeu que “está feita a prova” de que este orçamento é “de esquerda e tem uma resposta à crise do país com políticas de esquerda”.

“Estar contra esta proposta de OE é estar contra o reforço do Serviço Nacional de Saúde, da educação, dos transportes públicos, das políticas de habitação e estar contra as políticas de combate à pobreza”, dissera antes.

Agora, a pressão dos socialistas é toda colocada nos partidos da esquerda parlamentar, dos quais necessita para aprovar o OE na generalidade já na próxima quarta-feira. Depois de mais de mais de sete horas de reuniões com os BE, PCP e PAN, o Governo acredita que deu passos de aproximação em relação às exigências apresentadas pelos partidos. Agora resta aguardar pelo veredicto das bancadas da esquerda.