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Rever o humor de Herman José é encontrar três Hermans. O dos bonecos, o das chalaças e o anárquico de O Tal Canal. É este que mais recordo. Havia nos seus disparates um gozo que vai rareando. Herman, sempre um actor e não apenas um humorista, divertia-se sem ver o seu público, não sabia qual era o seu público. Uma coisa parecia saber: o único fim do humor era o prazer do humor. Talvez isso explique a espontaneidade desopilante, desinteressada daqueles sketches. No professor de A tal escola, nas diabruras de Nelito, em Cozinho para o Povo percebe-se até um eco dadaísta. Os actores caem, os objectos voam, os adereços tombam. A televisão tropeçava num caos juvenil, popular e amador. Uma certa cumplicidade estabelecia-se com os espectadores. Quem já não sentiu vontade de, por um dia, fazer carnaval das convenções? De virar tudo do avesso, de experimentar aquela liberdade? Como estávamos ainda longe do trocadilho esperto, do humor cerebral, muito consciente de si (e de um público) que hoje domina os media.

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Rever o humor de Herman José é encontrar três Hermans. O dos bonecos, o das chalaças e o anárquico de O Tal Canal. É este que mais recordo. Havia nos seus disparates um gozo que vai rareando. Herman, sempre um actor e não apenas um humorista, divertia-se sem ver o seu público, não sabia qual era o seu público. Uma coisa parecia saber: o único fim do humor era o prazer do humor. Talvez isso explique a espontaneidade desopilante, desinteressada daqueles sketches. No professor de A tal escola, nas diabruras de Nelito, em Cozinho para o Povo percebe-se até um eco dadaísta. Os actores caem, os objectos voam, os adereços tombam. A televisão tropeçava num caos juvenil, popular e amador. Uma certa cumplicidade estabelecia-se com os espectadores. Quem já não sentiu vontade de, por um dia, fazer carnaval das convenções? De virar tudo do avesso, de experimentar aquela liberdade? Como estávamos ainda longe do trocadilho esperto, do humor cerebral, muito consciente de si (e de um público) que hoje domina os media.