Portugal ultrapassa os cem mil casos de infecção pelo novo coronavírus
Os primeiros casos de infecção no país foram detectados no início de Março. Sete meses depois, Portugal ultrapassa as cem mil infecções: são 101.860 no total. Estão internadas 1174 pessoas, o maior número desde 20 de Abril.
Portugal ultrapassou nesta segunda-feira os cem mil casos de infecção pelo novo coronavírus: foram detectadas 101.860 infecções desde o início da pandemia no país. Actualmente são 39.696 os casos activos, mais 966 do que no domingo. Este número resulta da subtracção dos recuperados e dos óbitos ao total de infecções.
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Portugal ultrapassou nesta segunda-feira os cem mil casos de infecção pelo novo coronavírus: foram detectadas 101.860 infecções desde o início da pandemia no país. Actualmente são 39.696 os casos activos, mais 966 do que no domingo. Este número resulta da subtracção dos recuperados e dos óbitos ao total de infecções.
Nas últimas 24 horas morreram 17 pessoas com covid-19 e registaram-se 1949 novos casos. No total, já morreram 2198 pessoas infectadas com o novo coronavírus.
Os dados foram divulgados na actualização diária do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Dos 1949 novos casos, 987 (50,6%) foram identificados na região Norte, onde morreram 12 pessoas nas últimas 24 horas. Na região de Lisboa e Vale do Tejo registaram-se 749 novos casos (38,4%) e ocorreram três mortes. Morreram mais duas pessoas no Centro.
Há mais 966 recuperados, num total de 59.966.
Estão internadas 1174 pessoas (mais 88 do que no domingo), das quais 165 em unidades de cuidados intensivos (mais dez do que no dia anterior). É o maior número de internamentos desde 20 de Abril, quando estavam hospitalizadas 1208 pessoas.
A taxa de letalidade global no país é de 2,2%. O valor aumenta para 11,9% nas pessoas acima dos 70 anos, indicou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa desta segunda-feira sobre a situação epidemiológica do país. Cerca de 86,7% das pessoas que morreram com covid-19 em Portugal tinham mais de 70 anos.
A região com mais casos de infecção é Lisboa e Vale do Tejo: 48.161. Seguem-se o Norte (40.436), o centro (8347, mais 133 do que no domingo), o Algarve (2231, mais 32) e o Alentejo (2026, mais 35). Os Açores registam 325 infecções (mais sete do que no dia anterior) e a Madeira 334 (mais seis).
O maior número de mortes por covid-19 ocorreu no Norte: 971. Surgem depois Lisboa e Vale do Tejo (884), centro (279), Alentejo (27), Algarve (22) e Açores (15). A Madeira não tem registo de óbitos.
Casos aumentam nos mais velhos, mas jovens ainda são os mais infectados
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, informou que “há um aumento [de casos] entre os 50 e os 69 anos”, apesar de a “maior parte dos casos” ser ainda nos mais jovens. Nomeadamente entre os 20 e os 29 anos, que representam 18% do total. “Isto faz sentido porque há transmissão comunitária”, acrescentou.
Quanto aos jovens (especialmente, dos 20 aos 29), Graça Freitas disse estarem “a fazer um esforço conjunto com as instituições de ensino superior para sensibilizar” esta faixa etária.
Relativamente às cadeias de transmissão, a directora-geral indicou que, até esta segunda-feira, “foi possível identificar em 59% dos casos um contacto com alguém que tivesse sintomas ou que fosse um caso positivo” e “esta percentagem ainda aumenta quando se apuram os inquéritos epidemiológicos”.
Questionada quanto a se este aumento está, ou não, relacionado com o início do ano lectivo, quer nas escolas, quer no ensino superior, Graça Freitas afirmou que não há “evidência nenhuma” que o comprove. “Continuamos a ter um padrão de transmissão que é eminentemente familiar e social”, referiu.
“Estamos a todo o custo [a tentar] evitar confinar”, diz Lacerda Sales
Questionado sobre a possibilidade de Portugal se confinar durante duas semanas, como no País de Gales, Lacerda Sales disse que cada país tem a sua estratégia de gestão da pandemia, mas que o Governo está “a todo o custo [a tentar] evitar confinar porque não podemos ficar fechados todo o Inverno”.
“Tomamos medidas graduais que visam a convivência com o vírus e com a normalidade possível na nossa vivência colectiva. Não teremos, garantidamente, de ficar confinados se conseguirmos manter a distância social e [que] o nosso comportamento individual [seja correcto]. Essa etiqueta comportamental social é uma exigência no nosso meio laboral e familiar”, afirmou.
Mais tarde, questionado quanto à aplicação do estado de emergência, o secretário de Estado explicou que tal acontece “quando a ameaça é de maior gravidade e não é nessa fase que estamos”. Apelou, mais uma vez, ao comportamento individual de cada um, por forma a evitar que o país chegue a essa situação.