Presidente marca audiências com agentes económicos e sociais porque é importante “ouvir todos”
Marcelo Rebelo de Sousa deu o seu exemplo e foi vacinado contra a gripe nesta segunda-feira.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vacinou-se nesta segunda-feira contra a gripe, na Unidade de Saúde Familiar (USF) Descobertas, em Lisboa, para “dar o exemplo” e incentivar os portugueses a fazerem o mesmo.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vacinou-se nesta segunda-feira contra a gripe, na Unidade de Saúde Familiar (USF) Descobertas, em Lisboa, para “dar o exemplo” e incentivar os portugueses a fazerem o mesmo.
“Aqui fica o meu exemplo. Espero que aqueles poucos que não tivessem já a intenção de o fazer venham o mais rápido que possam, de acordo com as suas disponibilidades e as disponibilidades do sistema, vacinar-se até ao fim da primeira semana de Dezembro”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, na sala de espera desta USF, já depois de se ter vacinado.
Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, disse ter-lhe perguntado se “haverá vacinas em número suficiente para todos aqueles que queiram vacinar-se, e se estarão disponíveis em tempo útil”, referindo que essa “é uma preocupação de muitos portugueses”.
“Aquilo que me foi dito, e a senhora ministra acaba de confirmar, é que até à primeira semana de Dezembro, a partir deste momento, de pouco mais de meados de Outubro, e durante o mês de Novembro, progressivamente, todos os que queiram vacinar-se irão vacinar-se — ou em estruturas como esta, ou nas juntas de freguesia, ou em farmácias comunitárias”, acrescentou.
A propósito das audiências que anunciou para as próximas semanas com instituições de vários sectores, e que começam hoje com a ministra da Saúde, Marta Temido, o Presidente da República defendeu que “é muito importante ouvir todos, quanto mais melhor” sobre a forma como Portugal está a combater a covid-19 e as suas consequências económicas e sociais, porque todos estão “no mesmo barco”.
“Eu penso que é fundamental que todas aquelas instituições que estão relacionadas com a saúde, mas também com a economia e com a sociedade, possam dizer como é que vêem o momento que o país vive e como é que vêem a forma como se tem encarado, tem enfrentado e se pode enfrentar esta situação em conjunto. Este esforço é muito importante porque todos temos a noção de que estamos no mesmo barco e o correr bem para uns corre bem para outros”, justificou.
O chefe de Estado argumentou que “esta é daquelas matérias em que, ao contrário de outras, quem ganha são todos, não há uns que ganham e outros que perdem”.
“Se correr bem, ganhamos todos. Se correr menos bem, perdemos todos. Ao contrário de outras matérias. E, portanto, nesse sentido, esta é uma ocasião privilegiada, em Portugal como noutros países, para este tipo de encontros e de reflexões rápidas, isto é, concentradas no tempo ao longo das próximas semanas”, acrescentou.
Conselho científico
Questionado sobre a proposta de criação de um conselho científico independente que aconselhe regularmente o Governo face à actual pandemia de covid-19 feita pela coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, que assinalou que o Conselho Nacional de Saúde Pública não se reúne desde Março, o Presidente da República respondeu que “são muitas” as instituições existentes em Portugal que devem ser ouvidas.
“Há outras no domínio específico da saúde pública, em particular, mas há outras que naturalmente são importantes e cujo juízo, a opinião, é importante. Mas são muitas - são muitas. São os representantes de classes profissionais, são os representantes de realidades da saúde, da economia e da sociedade. São muitas. Todas elas devem ser ouvidas”, reforçou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu depois que em países com “sistemas mais presidencialistas” como a França “há, por exemplo, junto do Presidente da República órgãos alargados de consulta”, mas que “isso não tem impedido mudanças consecutivas de orientação e ajustamento de medidas, à medida que o processo epidémico tem decorrido”.
“Portanto, é muito importante ouvir todos. Quanto mais, melhor - quanto mais, melhor. Porque há, obviamente, consequências na vida e na saúde, mas também no emprego, mas também nos rendimentos, mas também na vida do dia-a-dia das pessoas”, defendeu.
Segundo o chefe de Estado, há que “ouvir o maior número, tendo a noção de que país a país está permanentemente a corrigir o trajecto em função de uma evolução da epidemia que era e é largamente imprevisível”.