Campanha nos Açores entra na recta final: resumo de um fim-de-semana intenso

Faltam cinco dias para terminar a campanha para as regionais dos Açores. Líderes nacionais aproveitaram o fim-de-semana para irem apoiar os candidatos. Leia aqui o resumo, partido a partido.

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Reportagem na Ribeira grande, o concelho com maior numero de jovens do país Rui Soares

O último fim-de-semana de campanha eleitoral nos Açores foi em cheio. Pela região passaram os líderes nacionais do Bloco, do CDS, do Chega e da Iniciativa Liberal para dar um empurrão aos candidatos. No caso do PSD, foi Paulo Rangel a acompanhar José Bolieiro. O secretário-geral do PCP já tinha estado em Ponta Delgada, no lançamento da campanha. Os outros partidos andaram na rua, obedecendo aos condicionalismos da pandemia e aproveitando o bom tempo antes da chegada da depressão Bárbara. O PS não se mostra preocupado. “Campanha molhada, campanha abençoada”, disse Vasco Cordeiro.

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O último fim-de-semana de campanha eleitoral nos Açores foi em cheio. Pela região passaram os líderes nacionais do Bloco, do CDS, do Chega e da Iniciativa Liberal para dar um empurrão aos candidatos. No caso do PSD, foi Paulo Rangel a acompanhar José Bolieiro. O secretário-geral do PCP já tinha estado em Ponta Delgada, no lançamento da campanha. Os outros partidos andaram na rua, obedecendo aos condicionalismos da pandemia e aproveitando o bom tempo antes da chegada da depressão Bárbara. O PS não se mostra preocupado. “Campanha molhada, campanha abençoada”, disse Vasco Cordeiro.

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Bloco critica projectos grandiosos que nunca se realizam

Catarina Martins chegou aos Açores ainda na sexta-feira e levou os temas de âmbito nacional na bagagem. Nas primeiras horas, não conseguiu evitar as perguntas e as respostas sobre Orçamento do Estado, cuja discussão continuava acesa no continente e acabou por responder aos ataques dos socialistas, sempre insistindo na disponibilidade para negociar. Depois de terem sido marcadas novas reuniões para discutir o assunto, a bloquista pôde finalmente dedicar-se aos temas regionais.

Foi então que a coordenadora do Bloco disse que está cansada de visitar o arquipélago, eleição após eleição, e de ouvir falar de projectos “muito grandiosos” que nunca se realizam. “Sempre que venho aos Açores oiço falar de tantos planos, sempre muito grandiosos e que depois nunca se concretizam. E ao longo destes anos, em que anunciam planos que nunca concretizam, alguns enriqueceram muito, a economia até cresceu, mas as desigualdades e a pobreza aumentaram nos Açores. Seguramente é preciso uma mudança”, afirmou Catarina Martins após uma visita ao Centro de Controlo Oceânico da NAV Portugal na ilha de Santa Maria, acompanhada pelo coordenador regional do partido, António Lima, e pelo cabeça de lista pelo círculo da ilha, Pedro Amaral.

Por essa razão e por outras, Catarina Martins pediu mudança. “O PS tem maioria absoluta nos Açores há mais de duas décadas e vimos como a economia cresceu, mas como a pobreza também cresceu. Julgo que isto é um sinal de uma enorme necessidade de mudança”, sublinhou.

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Chega pede cartão vermelho para governo regional

Carlos Furtado, que lidera o Chega na região, pediu o mesmo por outras palavras: um “cartão vermelho” ao executivo liderado por Vasco Cordeiro. “Os açorianos terão de perceber que já não correm risco nenhum. Mudar não é um risco, risco será manter as políticas da forma que estão”, disse o candidato pelo círculo de São Miguel.

Ao seu lado, nesta a acção de campanha na Feira do Gado, um mercado agrícola em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Carlos Furtado tinha o líder nacional do partido, André Ventura, e o cabeça de lista pela ilha Terceira, Orlando Lima. O apoio deu-lhe ânimo para se mostrar confiante na eleição de mais do que um deputado, apesar de ser a primeira vez que o Chega se apresenta a estas eleições.

Durante a sua estadia na região, Ventura fez questão de falar sobre Orçamento do Estado, na perspectiva dos açorianos. “É muito triste ver que os Açores, que foram dos mais afectados por esta pandemia, não têm esse proporcional em apoios que o Governo agora quer distribuir. E a razão é simples, é que o que conta para os votos, infelizmente, são as regiões mais populosas. Mais vale continuar a apoiar as metrópoles de sempre e esquecer os Açores”, disse aos jornalistas que o acompanharam.

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IL pede desburocratização e redução da carga fiscal

Também neste fim-de-semana, João Cotrim de Figueiredo, líder nacional da Iniciativa Liberal, andou em campanha pelos Açores. Em Ponta Delgada, explicou que os principais eixos de actuação do partido para a região são desburocratizar, simplificar e baixar a carga fiscal.

“Libertar a capacidade de os açorianos fazerem mais por si próprios - isso implica uma desburocratização muito grande, simplificar muito os procedimentos, acabar com uma série de regras que não fazem sentido e também baixar a carga fiscal significativamente”, resumiu João Cotrim de Figueiredo.

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CDU: “Não estamos todos no mesmo barco”

No domingo, a comitiva da IL deu início ao dia de campanha para as regionais no Mercado da Graça, onde se cruzou com uma acção de campanha da CDU. Jerónimo de Sousa não estava presente (visitou os Açores na semana passada, para dar o pontapé de saída da campanha), mas nem por isso a coligação deixou de insistir nas suas prioridades.

Na principal cidade açoriana, Rui Teixeira, cabeça de lista pelo círculo de São Miguel, defendeu a valorização da produção regional e a aposta num turismo sustentável. “Venderam-nos o peixe de que estamos todos no mesmo barco, mas não estamos. Estamos todos no mesmo mar e ele está mau, mas há uns que têm um iate e outros que têm um tronco de árvore”, disse o candidato comunista no Mercado da Graça, onde ouviu as queixas dos vendedores.

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CDS quer reforma três anos mais cedo para açorianos

Outro líder que passou pelo arquipélago no fim-de-semana foi Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS-PP. Questionado pelos jornalistas sobre se as eleições açorianas serão o primeiro teste à sua liderança, recusou tal conclusão e justificou que o sufrágio remete apenas para a realidade dos Açores. “Estou convencido de que o trabalho que o CDS desenvolveu nos Açores nos últimos quatro anos pode fazer crescer e aumentar a nossa representação no parlamento, e retirar a maioria absoluta ao PS”, afirmou.

Rodrigues dos Santos não fugiu ao tema do Orçamento, aproveitando para defender que as “encenações” em torno da viabilização do Orçamento do Estado apenas servem para “desviar as atenções do essencial”.

“Isto vai ser mais do mesmo, com os mesmos de sempre a aprovar e, no final do dia, o Governo conseguiu desviar as atenções do essencial, que é a substância do Orçamento, que não serve ao país, à volta do enredo sobre a sua viabilização”, afirmou o líder dos centristas.

Noutro momento, no final de um passeio de bicicleta pela marginal de Ponta Delgada, o líder regional do CDS-PP propôs que a idade da reforma nos Açores seja antecipada em três anos, tendo em conta a esperança média de vida no arquipélago.

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PSD promete acabar com a discriminação

Sem a companhia do líder nacional, mas com o apoio do eurodeputado Paulo Rangel, andou José Manuel Bolieiro, do PSD. O ex-presidente da Câmara de Ponta Delgada prometeu que, se for eleito líder do governo regional, irá acabar com a “discriminação” na distribuição dos apoios às freguesias e câmaras municipais.

“A partir das Feteiras, mas dirigida a todas as freguesias dos Açores e a todos os municípios dos Açores, [digo] que comigo na presidência do governo não haverá discriminação como o governo do PS tem feito em relação às freguesias e câmaras municipais”, declarou Bolieiro. Com o PSD na liderança do executivo regional haverá a “garantia de uma serena transição de poder”, que irá respeitar a “igualdade de tratamento” entre o poder local da região.

Bolieiro também se queixou das declarações do presidente do PS-Açores e líder do governo desde 2012, Vasco Cordeiro, que considerou que o PSD tem revelado impreparação e falta de conhecimento ao longo da campanha eleitoral: “isso é um exercício de arrogância”, reagiu.

A comitiva “laranja” distribuiu canetas, gel desinfectante e cadernos e alertou para a importância do voto e da alternância democrática.

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PS aponta fragilidade do PSD

Foi na ilha de São Jorge que Vasco Cordeiro acusou o candidato do PSD e o seu projecto político de fragilidade. “Defender a desgovernamentalização ao mesmo tempo que se propõe a constituição de 18 novas entidades na nossa região é uma contradição. Demonstra bem a fragilidade daquilo que é o projecto do PSD”, disse o socialista, que se recandidata a um terceiro mandato.

Questionado sobre a presença na região de diversos líderes nacionais de partidos, ao contrário de António Costa, que não se deslocará aos Açores, o socialista foi peremptório: “Oxalá que todos os partidos que se candidatam a estas eleições regionais tivessem um líder nacional que fizesse tanto pelos Açores como fez António Costa.

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PPM quer roubar maioria absoluta ao PS

No oitavo dia de campanha eleitoral, Paulo Estevão, que é o líder regional do PPM (e único deputado do partido) disse manter a expectativa de que o PS perca a maioria absoluta no arquipélago, desde logo porque tem constatado que existe um “descontentamento popular” devido às “desigualdades sociais”.

“Tenho feito campanha em todas as ilhas e, como já participo nas eleições regionais desde 2000, desta vez pude constatar que há um descontentamento popular e tenho a expectativa que o PS perca a maioria absoluta”, disse Paulo Estêvão, que também já liderou os monárquicos a nível nacional.

O candidato pelo círculo do Corvo criticou os socialistas por terem criado um “controlo da sociedade” na região. “Os donos das empresas sabem que não podem dizer nada contra o Governo, porque senão não recebem apoios. Os militantes do PS e os familiares já sabem que ganham os concursos, portanto, não há uma democracia, tem um funcionamento muito limitado”, apontou.

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Livre contra maiorias nefastas

Sobre a questão das maiorias absolutas, o membro do Grupo de Contacto do Livre Filipe Honório, que andou pela região em campanha, considerou que este é momento para “romper” as do PS-Açores, que governa a região há 24 anos, por serem “nefastas” para os interesses dos açorianos.

“Acho que nos Açores é o momento de romper com este ciclo de maiorias absolutas, até porque se revelam, muitas das vezes, nefastas para o interesse dos próprios açorianos”, afirmou, na vila de Rabo de Peixe, acrescentando que seria “positivo haver uma solução governativa que abrangesse mais sensibilidades” e, “por essa via, criasse mais respostas”.

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Aliança critica “sistema de mão estendida"

Numa região onde não tem eleitos, a Aliança andou por São Miguel a fazer campanha contra o “sistema de mão estendida” em que se traduz a acção do executivo açoriano socialista no combate à pobreza e à exclusão social. O líder do Aliança nos Açores, Paulo Silva, disse que o “sistema só motiva que as pessoas sejam mais pobres, mais pobres de espírito e de mão estendida”, acrescentando que é isso que o partido não quer.

À margem de uma acção de campanha na vila de Rabo de Peixe, o candidato disse que “há pessoas que merecem” e que “devem receber” o rendimento social de inserção, mas também “há muita gente que já está colada” àquele apoio, porque “vê ali uma forma muito mais tranquila de fazer pouco ou nada e ter um rendimento disponível”.

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PAN quer medidas de incentivo para fixar médicos especialistas

Quem também andou por São Miguel no último fim-de-semana da campanha foi o cabeça de lista do PAN por aquela ilha e pelo círculo de compensação, Pedro Neves, que se mostrou preocupado com as questões de saúde. “Temos muitas propostas na saúde, mas para nós uma das mais importantes é sem dúvida a fixação de médicos especialistas. Estamos a falar em termos de medicina familiar, de médicos de família, mas também em termos de especialistas no sistema hospitalar”, disse. “Não queremos que os açorianos esperem mais de 500 dias por uma cirurgia.”.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Neves aproveitou para fazer um balanço muito positivo da primeira semana de campanha eleitoral. “Nesta primeira semana conseguimos ver que existe uma maior confiança por parte dos açorianos no nosso partido. Apesar de ser um partido jovem, é um partido com mais maturidade do que em 2016. Precisamos estar no parlamento açoriano para conseguirmos uma política mais prática e que executa os problemas dos açorianos, e para fazermos uma real oposição”, concluiu. Com Lusa