Covid-19 em Portugal: maior número de mortes desde fim de Abril. Casos diários com novo máximo
Vinte e uma pessoas morreram nas últimas 24 horas, um valor que não era registado desde o fim de Abril. O número de casos voltou a atingir um novo máximo — 2608 infecções, a terceira vez que Portugal teve mais de 2 mil casos diários. Há mais de mil doentes internados, mais de 140 nos cuidados intensivos.
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 21 mortes por causa da covid-19. Desde o fim de Abril, estava ainda o país no pico da epidemia, que não se registavam tantas vítimas mortais num dia — precisamos de recuar até 29 de Abril, quando morreram 25 pessoas por causa da doença causada pelo novo coronavírus, para contabilizar um número tão elevado. Ainda assim, Portugal esteve perto de atingir um valor semelhante em duas ocasiões no início de Maio: nos dias 3 e 4 desse mês foram contabilizadas 20 mortes relacionadas com a doença.
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Portugal registou, nas últimas 24 horas, 21 mortes por causa da covid-19. Desde o fim de Abril, estava ainda o país no pico da epidemia, que não se registavam tantas vítimas mortais num dia — precisamos de recuar até 29 de Abril, quando morreram 25 pessoas por causa da doença causada pelo novo coronavírus, para contabilizar um número tão elevado. Ainda assim, Portugal esteve perto de atingir um valor semelhante em duas ocasiões no início de Maio: nos dias 3 e 4 desse mês foram contabilizadas 20 mortes relacionadas com a doença.
Também o valor de novos casos desta sexta-feira — 2608 infecções — volta a ser o mais alto alguma vez registado, algo que já tinha acontecido nesta quarta e quinta-feira. Além disso, esta sexta-feira Portugal ultrapassou pela terceira vez (e em três dias consecutivos) a fasquia dos dois mil casos diários. No total, desde Março, 2149 pessoas já morreram e 95.902 ficaram infectadas.
Segundos os dados do boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS) desta sexta-feira, há ainda a relatar a recuperação de 985 pessoas nas últimas 24 horas, num total de 56.066 casos recuperados desde o início da pandemia, e contabilizaram-se mais 1602 casos activos de infecção — existem agora, no total, 37.687 infecções activas. Pelo menos 51.784 pessoas estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde, mais 183 desde o dia anterior.
O número de doentes internados voltou a subir e ultrapassou a fasquia dos mil internamentos. Existem agora 1015 casos internados (mais 22), 144 destes em unidades de cuidados intensivos. Como noticiou nesta quinta-feira o PÚBLICO, apesar dos internamentos continuarem a aumentar, estes números estão ainda longe dos picos de Abril.
Grande parte das novas infecções desta sexta-feira dizem respeito a duas zonas do país: cerca de 51% dos novos casos (1350) foram registados na região Norte (onde também ocorreram 10 das 21 mortes) e 27% na região de Lisboa e Vale do Tejo (onde morreram nove pessoas nas últimas 24 horas). Na região Centro, que registou duas mortes, foram contabilizados 323 novos casos.
Olhando para a distribuição dos casos por região, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem o maior número acumulado de casos no país – ao todo, são 46.246 os registos de infecção e 725 mortes por covid-19. O Norte tem 31.157 casos e 944 mortes — é a região com o maior número de vítimas mortais. Já o Centro tem 7834 infecções e 277 mortes. O Alentejo totaliza 1914 casos (150 novos) e 26 mortes. No Algarve há 2124 casos de infecção (44 nas últimas 24 horas) e 21 óbitos. A Madeira totaliza 317 casos de infecção (12 novos) e zero mortes. Já os Açores registam 310 casos (mais quatro) e 15 mortes desde o início da pandemia.
Lisboa e Porto: os concelhos com mais novos casos
À semelhança do que se tem vindo a verificar nas últimas semanas, Lisboa foi o concelho que registou o maior número de novos casos de covid-19 na última semana, com mais 495 casos para um total de 7460. Segue-se o concelho do Porto, com mais 363 casos (num total de 2320). Juntos, os dois municípios contabilizam 11% do total nacional de casos registados entre 5 e 12 de Outubro (a próxima actualização destes dados só será feita na segunda-feira).
Sintra (mais 306 casos, num total de 6110), Loures (mais 237, 3594 acumulados), Cascais (203 novos, 2380 no total), Vila Nova de Gaia (mais 168, 2589 no total), Seixal (com mais 140 casos, num total de 1456), Guimarães (mais 139, 1556 no total), Paços de Ferreira (124 novos casos para um total de 738), Vila Franca de Xira (mais 123 infectados, 1836 no total), Odivelas (120 novos casos, total de 2486) e Amadora (mais 119, com um total de 3268 infecções) fecham a lista dos concelhos com registo de mais novos casos.
Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 1068 são mulheres e 1081 homens. As 21 mortes registadas nas últimas 24 horas são referentes a nove homens e quatro mulheres acima dos 80, a três homens e uma mulher entre os 70 e os 79, a três homens entre os 60 e os 60 anos e a uma mulher entre os 40 e os 49 anos. A doença causada pelo novo coronavírus é mais mortal na faixa etária acima dos 70 anos: a covid-9 matou 1886 pessoas com estas idades, o que representa 87,7% de todas as mortes registadas em todas as faixas etárias. Segundo revelou esta sexta-feira Graça Freitas, durante a habitual conferência de imprensa da covid-19, 860 destas mortes foram registadas em lares e residências para idosos. Segundo a directora-geral, destes óbitos, 349 ocorreram no Norte, 152 no Centro, 333 em Lisboa e Vale do Tejo, 20 no Alentejo e seis no Algarve.
Estagiários de enfermagem reforçam equipas de saúde pública
A directora-geral da Saúde afirmou que, para reforço das equipas de saúde pública, seriam utilizados, entre outros, estagiários de enfermagem, acompanhados pelos respectivos professores. Em resposta ao PÚBLICO, Graça Freitas esclareceu que as autoridades de saúde regionais e as respectivas escolas de enfermagem chegaram a acordo. O número de alunos escolhidos já ficou decidido.
Graça Freitas explicou que existe um departamento de saúde pública de retaguarda, que poderá ajudar, em qualquer altura, os agrupamentos de centros de saúde. “Em cada agrupamento de centros de saúde [50 no país, conforme indicou a directora-geral] existe uma unidade de saúde publica que tem uma autoridade de saúde coordenadora e outros profissionais. Essas equipas desde o início da pandemia que têm estado em expansão conforme as necessidades”. A primeira linha de recrutamento corresponde aos profissionais do próprio agrupamento que, antes, estariam colocados noutra tarefa e que, agora, fazem os inquéritos epidemiológicos. Há ainda os “internos da especialidade e do ano comum que são uma ajuda preciosa para estas equipas”.