Marcelo admite novo estado de emergência e recolher obrigatório
Presidente afirmou que “ninguém deseja” medidas mais radicais, mas que tudo o que tiver de ser decidido “será decidido” se a situação da covid-19 piorar em Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa admitiu nesta sexta-feira, 16 de Outubro, voltar a declarar o estado de emergência e até recorrer ao recolher obrigatório se a situação piorar relativamente aos casos da covid-19 em Portugal. Um dos alertas, para o Presidente, será no dia em que os mortos atingirem várias dezenas por dia. “Isso então seria ultrapassar a linha vermelha”, disse o Presidente.
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Marcelo Rebelo de Sousa admitiu nesta sexta-feira, 16 de Outubro, voltar a declarar o estado de emergência e até recorrer ao recolher obrigatório se a situação piorar relativamente aos casos da covid-19 em Portugal. Um dos alertas, para o Presidente, será no dia em que os mortos atingirem várias dezenas por dia. “Isso então seria ultrapassar a linha vermelha”, disse o Presidente.
De visita a Aljezur, no Algarve, o Presidente da República, disse que “ninguém deseja essa situação” e que, para já, é preciso “ver o efeito das novas regras nas próximas semanas”. Ainda assim, acrescentou um mas: “As pessoas têm de pensar que se isto arranca num galope, se há um agravamento brutal da situação, que não desejamos e esperamos que não aconteça, se isso acontecer, o que tiver de ser decidido será decidido em graus progressivos de intervenção.”
Marcelo lembrou que já tivemos “um grau muito elevado, que não foi o mais elevado porque não houve confinamento obrigatório, mas voluntário”, embora o estado de emergência “criasse condições para o confinamento total”. Acrescentou ainda que há dois indicadores “muito importantes” — o número de infecções e o número de mortes — e que, se o número de mortes “disparar para várias dezenas por dia, aí temos um problema grave”.
Questionado sobre que medidas mais graves poderiam ser tomadas, Marcelo deu o exemplo de outros países “que têm o recolher obrigatório, o parar da actividade económica, nomeadamente comercial e de serviços”.
Lembrou também que já houve freguesias de Lisboa em mini-confinamentos e que até já houve “um confinamento total”.
“O que nós queremos é evitar que se chegue a um ponto destes. (…) A resposta está posta desta maneira, e ponho-a eu porque isso passa em larga medida pelo Presidente da República. (…) Ninguém quer que se vá para essas formas radicais. Agora, para isso, é preciso que as pessoas façam um grande esforço no sentido de que pequenas medidas ou medidas mais radicais sejam aplicadas”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que o esforço deve ser de todos, ao aceitarem as medidas menos restritivas que são tomadas, “ao contrário de se estar constantemente a contestar, numa referência à eventual obrigatoriedade da utilização da aplicação informática stayway covid, da redução nos ajuntamentos de pessoas ou de limitações em casamentos e baptizados.
“Cada vez que se diz que é preciso tomar medidas e as pessoas dizem que esta não pode ser, a outra também não e, quando se raciocina assim, está-se numa posição que pode ter um risco muito grande”, concluiu.