Bélgica impõe recolher obrigatório e bares e restaurantes fecham por um mês

País está no nível máximo de alerta e o executivo anunciou novas restrições para conter os contágios por SARS-CoV-2. Primeiro-ministro admite que medidas “são muito duras” e avisa que as próximas semanas “vão ser muito díficeis”.

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Primeiro-ministro Alexander De Croo anunciou novas medidas em conferência de imprensa LUSA/STEPHANIE LECOCQ / POOL

O Governo belga anunciou esta sexta-feira novas medidas para combater a pandemia de covid-19, entre elas a imposição de um recolher obrigatório a partir da meia-noite e o encerramento de todos os cafés, bares e restaurantes durante um mês. 

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O Governo belga anunciou esta sexta-feira novas medidas para combater a pandemia de covid-19, entre elas a imposição de um recolher obrigatório a partir da meia-noite e o encerramento de todos os cafés, bares e restaurantes durante um mês. 

“O nosso país está no nível mais elevado de alerta: a fase 4”, anunciou o primeiro-ministro, Alexander De Croo. “O número de infecções está a aumentar todos os dias, e muito rapidamente. Os nossos médicos e os hospitais estão sob grande pressão. Estamos a travar uma batalha desigual com o vírus”, disse De Croo, em conferência de imprensa ao final da tarde, onde anunciou as novas restrições. 

O teletrabalho passa a ser obrigatório, sempre que possível, em todo o país, e a venda de bebidas alcoólicas depois das 20h está proibida. O recolher obrigatório vai vigorar entre a meia-noite e as 5h. Fora das habitações, os contactos pessoais passam a estar limitados a uma pessoa. 

As novas medidas entram em vigor na próxima segunda-feira, 19 de Outubro, e duram pelo menos um mês, sendo revistas daqui a duas semanas. 

O primeiro-ministro belga admitiu que “as medidas são muito duras” e salientou que, neste momento, a situação é mais complexa do no início da pandemia. “A diferença em relação a Março e Abril é que o vírus está mais próximo. Todos conhecemos pessoas que estão infectadas, em quarentena ou gravemente doentes”, sublinhou De Croo.

“Alguns vão considerar as medidas injustas, mas o vírus também é injusto. Afecta-nos a todos, mas sobretudo os mais frágeis. É por isso que temos de tomar estas medidas”, justificou o primeiro-ministro belga. “As próximas semanas vão ser muito difíceis, mas se queremos prevenir o pior, temos de agir agora”, defendeu. 

A Bélgica, onde vivem 11 milhões de pessoas, tem a segunda maior taxa de infecção per capita da Europa, a seguir à República Checa. Nas últimas semanas, os contágios por SARS-CoV-2 dispararam e têm vindo a duplicar de semana para a semana, tendo atingido um pico de 8500 novos casos na segunda-feira.

Em Bruxelas, a cidade mais afectada, cerca de um quinto dos testes de despistagem ao coronavírus apresentam um resultado positivo.

O aumento substancial do número de infecções está a deixar os hospitais belgas no limite, e as autoridades de saúde alertaram que em meados de Novembro, com o actual aumento de casos, os hospitais podem deixar de dar conseguir dar resposta.

Nos últimos 11 dias, segundo o balanço da Reuters, o número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos duplicou, tendo chegado as 327 na quinta-feira. O país tem uma capacidade máxima de 2000 camas nos cuidados intensivos.

Desde o início da pandemia, segundo os números da Universidade Johns Hopkins, a Bélgica regista mais de 192 mil infecções por SARS-CoV-2 e mais de dez mil pessoas morreram devido à covid-19.