Nutrição como promoção de saúde e prevenção da doença

Sabemos que uma pessoa bem nutrida está mais apta a aguentar melhor qualquer doença, os sintomas são atenuados e qualquer doença tem tendência a espalhar-se em corpos mais debilitados.

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Rui Gaudencio

Sem a alimentação não podemos viver, é um facto. Também é um facto que estamos a pensar frequentemente na nossa alimentação. Ao acordar pensamos: O que vou tomar ao pequeno-almoço? Onde o vou tomar? O que vou levar na lancheira? O que vou almoçar? Que alimentos vou comprar no supermercado? O que vou jantar? São apenas algumas questões que surgem automaticamente no nosso dia-a-dia, pois a nossa vida está dependente da alimentação!

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Sem a alimentação não podemos viver, é um facto. Também é um facto que estamos a pensar frequentemente na nossa alimentação. Ao acordar pensamos: O que vou tomar ao pequeno-almoço? Onde o vou tomar? O que vou levar na lancheira? O que vou almoçar? Que alimentos vou comprar no supermercado? O que vou jantar? São apenas algumas questões que surgem automaticamente no nosso dia-a-dia, pois a nossa vida está dependente da alimentação!

Numa altura em que estamos a enfrentar a doença provocada pelo coronavírus (covid-19), é importante realçar o papel da nutrição na prevenção da doença e promoção de saúde. A nutrição é crucial na resposta corporal e pode ajudar-nos a fortalecer o nosso sistema imunitário que é responsável pelas nossas defesas naturais. Sabemos que uma pessoa bem nutrida está mais apta a aguentar melhor qualquer doença, os sintomas são atenuados e qualquer doença tem tendência a espalhar-se em corpos mais debilitados. Por isso, um corpo bem alimentado está mais protegido, respondendo melhor ao tratamento.

Não são necessários grandes e sofisticados cuidados para praticar uma alimentação saudável. Os bons hábitos alimentares devem ser frequentes ao longo do ano. Isto porque se a alimentação for saudável ao longo da vida, teremos todos os nutrientes de que necessitamos, nomeadamente para termos o sistema imunitário bem reforçado.

As vitaminas A, C, D, E e B6 bem como os minerais zinco e selénio parecem potenciar o sistema imunitário e proteger as nossas células contra agressões externas. A estes juntam-se os ácidos gordos ómega 3, que são essenciais para a saúde cardiovascular. Também temos os probióticos, que são as “bactérias boas”, ou seja bactérias que nos ajudam a combater as “más bactérias” e que existem essencialmente nos iogurtes e leites fermentados, como é o caso do kefir.

Há alimentos que não devem faltar na nossa mesa. São eles os hortícolas de cor verde escura (couves, brócolos, espinafres), de cor alaranjada (cenoura, abóbora) e fruta variada (principalmente as frutas cítricas: laranja, toranja, limão, tangerina, kiwi). Os frutos gordos como nozes, avelãs, amêndoas são também aliados importantes, mas na lista também não deve faltar o peixe gordo (sardinha, salmão, cavala, atum, arenque), leguminosas (feijão, grão de bico, lentilhas, ervilhas e favas), cereais e seus derivados, preferencialmente integrais (pão escuro, arroz e massa integral), produtos lácteos (iogurtes e leites fermentados) e a água. Aqui convém frisar que a hidratação nas estações mais frias é tão importante como no resto do ano.

Outro aspecto a salientar é sobre o impacto que a nossa alimentação tem no Planeta. Estamos no mês de Outubro, em que celebramos o Dia Mundial da Alimentação. Trata-se de uma data que tem como objectivo aumentar a consciência da opinião pública para as questões relacionadas à nutrição e à alimentação. Ano após ano adopta um tema diferente. O tema deste ano é: As nossas acções são o nosso futuro – Cultivar, nutrir, preservar. Juntos.

Actualmente mais de 2000 milhões de pessoas não têm acesso regular a alimentos inócuos, nutritivos e suficientes. A covid-19 veio exacerbar a problemática da fome. Segundo os dados, quase 690 milhões de pessoas passam fome, dez milhões mais que em 2019. Estima-se que o impacto da malnutrição em todas as suas formas – desnutrição, carência de micronutrimentos assim como o excesso de peso — na economia mundial, ronde os 3,5 mil milhões de dólares por ano.

Um dos objectivos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO- Food and Agriculture Organization) é acabar com a fome até 2030, o que é um verdadeiro desafio. Estamos a destruir o nosso Planeta, temos cada vez mais tempestades e falta de recursos o que directamente prejudica a produção de alimentos. Entretanto, a população mundial está a aumentar. Portanto alimentar todas estas bocas num Planeta com recursos cada vez mais limitados, será sem dúvida um grande desafio!

Todos temos um papel a desempenhar na concretização da visão de um mundo sem fome e sem desnutrição. Não devemos permitir que os hábitos sustentáveis sejam esquecidos em tempo de crise. Podemos fazer escolhas alimentares saudáveis e fazer a parte que nos compete na redução do desperdício. Juntos, podemos cultivar, alimentar e preservar o nosso mundo.

Seis acções que podemos pôr em prática:

  • Não desperdiçar comida: Comprar apenas o necessário, elaborando para tal uma lista de compras antes de sair de casa. Outro passo importante é a conservação dos alimentos;
  • Alguns alimentos podem ser consumidos fora do prazo de validade: desde que os nossos sentidos os aprovem em termos de cor, cheiro e sabor;
  • Aproveitar a água de cozedura dos hortícolas para confecionar as sopas e os cozidos;
  • Comprar alimentos a produtores locais: Evitar o consumo de produtos que viajam milhares de quilómetros até chegar às nossas mesas;
  • Dar preferência à proteína de origem vegetal: As leguminosas como o grão, feijão ou lentilhas são uma excelente e barata fonte proteica;
  • Vegetais feios? Sim: Afinal o essencial é invisível aos olhos. Procurar ainda diferentes variedades, respeitando sempre a “lei da época”.

Lembre-se que a nossa saúde e a do Planeta depende dos nossos comportamentos. Por isso cuide de si e do Planeta!