Salman Rushdie: “O amor é o único assunto. Na vida humana tudo é acerca do amor ou da sua ausência”
Salman Rushdie está em sua casa, em Nova Iorque, entre estantes, e expõe-se enquanto criador de Quichotte. O tom é o mesmo que atravessa o livro: há humor, sátira, referências da alta e da baixa cultura. Ele quer falar fora do pedestal em que põem tantas vezes a literatura porque acredita que o romance enquanto género é um meio para restabelecer um pacto essencial quando, como no nosso mundo de hoje, se diluem fronteiras entre verdade e mentira: um pacto acerca da verdade.
Uma investigação sobre as relações humanas, mais do que sobre o amor romântico. É dessa forma que Salman Rushdie define Quichotte, assim, com “ch” e dois “t”, e um sotaque meio francês para sublinhar a imitação de uma imitação. Mas Quichotte é mais do que isso. É uma indagação sobre os tempos actuais e sobre a melhor linguagem para os transpor numa página.