Paris com recolher obrigatório para lutar contra a covid-19
Polícia francesa faz buscas em casa de ministro da Saúde no âmbito de investigação à resposta à pandemia.
Os franceses já sabiam que havia a possibilidade de um recolher obrigatório em Paris e outras grandes cidades, mas mesmo assim ouvi-lo da boca do Presidente, Emmanuel Macron, foi um choque, diz a emissora britânica BBC.
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Os franceses já sabiam que havia a possibilidade de um recolher obrigatório em Paris e outras grandes cidades, mas mesmo assim ouvi-lo da boca do Presidente, Emmanuel Macron, foi um choque, diz a emissora britânica BBC.
A partir das 21h e até às 6h, quem andar na rua em nove cidades onde se incluem Paris, Marselha e Lille, tem de apresentar um motivo de força maior, ou será multado. A medida abrange mais de 22 milhões de habitantes, quase um terço do país.
Entre outras medidas, foi também proibido que se juntem mais de seis pessoas dentro de casa (com excepções para famílias grandes), algo que o primeiro-ministro tinha dito há dias que não poderia fazer.
A medida entra em vigor este fim-de-semana e vai durar pelo menos quatro semanas. Macron avisou que poderá continuar, se os números de infecção não descerem. Quarta-feira foi a terceira vez em seis dias que França teve mais de 20 mil infecções. O objectivo, disse Macron, é reduzir o número de novos casos diários para cerca de 3000.
Enquanto isso, a polícia francesa fez buscas em casa do ministro da Saúde, Olivier Véran, e de responsáveis das autoridades de Saúde, no âmbito de uma investigação ao modo como o Governo geriu a pandemia, em que inclui ainda o primeiro-ministro, Jean Castex, e o seu antecessor, Édouard Philippe.
Na quarta-feira, a Alemanha anunciou também que bares e restaurantes em zonas de risco vão ter de fechar mais cedo. Apesar de ter uma situação comparavelmente melhor, o número de novos casos continua a crescer e na quinta-feira passada atingiu 6638 novas infecções, um recorde desde o início da pandemia.
A chanceler, Angela Merkel, reuniu-se com os líderes dos governos dos estados federados para decidir mais restrições, a primeira vez, desde Março, que houve uma reunião presencial. “Vamos ver se o que decidimos hoje é suficiente”, disse Angela Merkel após nove horas de reunião. “A minha preocupação não desapareceu.”
Noutras grandes cidades europeias, bares, cafés e restaurantes estão a ter os horários muito reduzidos ou ser encerrados: os Países Baixos, por exemplo, fecharam restaurantes e cafés no âmbito de um confinamento parcial; e na Catalunha, bares e restaurantes não abrem portas durante duas semanas a partir desta quinta-feira.
Em Londres, os pubs vão manter-se abertos, mas as autoridades desaconselham o uso de transportes públicos, assim como o encontro de pessoas que não vivam juntas em ambientes fechados. Por isso, há a expectativa de que estes locais não tenham muitos clientes.
Na Irlanda, o Governo decidiu-se por uma simples proibição de visitas a casa, tirando os casos de quem vá tomar conta de crianças ou por motivos de compaixão.