Adolescentes criam app de apoio a pessoas com demência e vencem concurso internacional
Rachael Akano, 15 anos, Margaret Akano e Joy Njekwe, ambas com 17, são responsáveis por desenvolver a aplicação que utiliza a música para dar conforto a pessoas que vivem com demência.
Ajudar pessoas com demência foi o mote que levou três jovens de origem nigeriana e irlandesa a desenvolver a aplicação Memory Haven, no concurso Technovation World Summit deste ano, uma competição internacional que desafia jovens adolescentes a desenvolver uma aplicação destinada a resolver problemas sociais. A ideia surgiu para apoiar as pessoas diagnosticadas com demência e que se viram obrigadas a ficar fechadas em casa, devido à covid-19.
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Ajudar pessoas com demência foi o mote que levou três jovens de origem nigeriana e irlandesa a desenvolver a aplicação Memory Haven, no concurso Technovation World Summit deste ano, uma competição internacional que desafia jovens adolescentes a desenvolver uma aplicação destinada a resolver problemas sociais. A ideia surgiu para apoiar as pessoas diagnosticadas com demência e que se viram obrigadas a ficar fechadas em casa, devido à covid-19.
Foi Evelyn Nomayo, estudante de doutoramento em ciências da computação e estatística, quem incentivou as três jovens nigerianas e irlandesas a desenhar e a desenvolver esta app, depois de partilhar a sua história pessoal — a mãe, que entretanto morreu, sofria de demência, por vezes, com episódios de alucinação, imaginando-se a viver na Nigéria quando na realidade estava nos EUA. Mais: também tinha perda de memória. “Dei-lhe algo para coser, e pude ver a dor nos seus olhos porque se esqueceu de como o fazer”, conta Evelyn, numa entrevista à rádio norte-americana National Public Radio.
Evelyn Nomayo aceitou ser a coordenadora do desafio de criar a Memory Haven em 12 semanas, desenvolvendo-a em conjunto com as jovens adolescentes que vivem na cidade de Drogheda, na Irlanda. A aplicação chegou à final da competição na categoria Technovation Girls, acabando mesmo por vencer o primeiro lugar.
Na app, que pode ser utilizada quer por doentes quer por profissionais de saúde, é possível navegar por álbuns de fotografias que têm etiquetas que permitem identificar quem está na imagem. Além disso, ajuda a ler e adicionar lembretes que emitem um alerta, por exemplo, na hora de tomar medicamentos; serve ainda para ouvir música ou fazer alguns dos jogos de memória “que permitem pôr à prova a capacidade cognitiva enquanto promovem a retenção da memória de uma forma divertida”, bem como, melhora o foco e a velocidade, descreve Rachael Akano, 16 anos, uma das criadoras da Memory Haven.
O momento da divulgação do primeiro lugar do concurso foi recebido com grande euforia pelas adolescentes e também pela mentora do projecto, que assistiram ao resultado a partir de casa, uma vez que a pandemia impediu que o concurso decorresse nos parâmetros habituais. Tudo indica que a aplicação ficará disponível no próximo mês.
Texto editado por Bárbara Wong