BE quer continuar a negociar e só daqui a 11 dias revelará sentido de voto

Na última noite, a comissão política do BE esteve reunida para analisar a proposta do OE 2021. Os bloquistas decidiram por unanimidade que o voto deverá ser decidido e anunciado pela mesa nacional do partido.

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BE espera reunir-se com o Governo na próxima semana Nuno Fox/ Lusa

Mais 11 dias. É este o intervalo de tempo assumido pelo Bloco de Esquerda para continuar a negociar com o Governo antes de o partido decidir se viabiliza ou não a proposta do Orçamento do Estado (OE 2021) no próximo dia 28 de Outubro, data em que o documento será votado na generalidade. A decisão será tomada pela mesa nacional bloquista, que na última noite foi agendada para 25 de Outubro. 

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Mais 11 dias. É este o intervalo de tempo assumido pelo Bloco de Esquerda para continuar a negociar com o Governo antes de o partido decidir se viabiliza ou não a proposta do Orçamento do Estado (OE 2021) no próximo dia 28 de Outubro, data em que o documento será votado na generalidade. A decisão será tomada pela mesa nacional bloquista, que na última noite foi agendada para 25 de Outubro. 

Segundo as informações recolhidas pelo PÚBLICO, o Governo contactou o BE esta terça-feira e mostrou sinais de abertura para dar continuidade ao trabalho de aproximação e do lado dos bloquistas a expectativa é de que as negociações prossigam na próxima semana. O encontro deverá ser determinado pelo Governo, uma vez que partirá do executivo de António Costa decidir se irá acomodar as quatro “preocupações essenciais" apontadas pelos bloquistas: travar a vaga de despedimentos; apoiar as vítimas da crise evitando que fiquem em situação de pobreza; reforçar o Serviço Nacional de Saúde; e impedir nova injecção pública no Novo Banco.

Em comunicado, o BE afirma que as negociações “não foram, infelizmente, bem-sucedidas até hoje”, uma vez que as quatro exigências do BE “não têm resposta na proposta de OE 2021 que o Governo entregou no Parlamento”. Para os bloquistas, a proposta para 2021 “não é comparável a anteriores orçamentos”, uma vez que “tem a responsabilidade de responder a uma das maiores crises” conhecidas. “Essa resposta exige medidas efectivas e de impacto imediato e é incompatível com medidas meramente simbólicas ou anúncios sem real repercussão”, escreve o BE. O partido tem insistido na necessidade de definir não só a calendarização como a abrangência das medidas, lembrando que algumas medidas negociadas não só no Orçamento do Estado de 2020, mas também no Orçamento Suplementar não foram cumpridas e por isso exige negociações mais concretas.

Depois de os últimos dias terem sido marcados por uma escalada de tensão entre o Governo e o BE — que levaram até o secretário dos Assuntos Parlamentares a convocar os jornalistas para se pronunciar sobre o processo das negociações —, o partido liderado por Catarina Martins sublinha que “não fecha portas à negociação e reafirma as suas propostas”.

​A decisão do BE será anunciada a três dias da votação do documento e já depois de o PSD se pronunciar. Rui Rio só anunciará a posição do partido a 21 de Outubro, nas jornadas parlamentares da bancada. Na restante esquerda, PCP e PEV não abrem o jogo e dizem que está tudo em aberto. O mesmo garante o PAN.