“Confraternizações familiares” responsáveis por 67% dos casos de covid-19 nos últimos dias. DGS pede menos convívio
Directora-geral da Saúde alertou para eventos que reúnem elevado número de pessoas, como bodas e baptismos.
Graça Freitas afirmou esta sexta-feira, na conferência do balanço epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que as “confraternizações familiares”, como bodas e baptismos, “têm sido responsáveis por 67% dos casos reportados nos últimos dias no país”.
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Graça Freitas afirmou esta sexta-feira, na conferência do balanço epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que as “confraternizações familiares”, como bodas e baptismos, “têm sido responsáveis por 67% dos casos reportados nos últimos dias no país”.
“Quando as autoridades de saúde fazem uma investigação epidemiológica, encontram esse tipo de convívio”. A directora-geral da Saúde apelou a que as famílias “se coíbam, nesta fase em que há transmissão crescente na comunidade, de ter esses encontros festivos que obviamente levam a descontracção, a múltiplos contactos e contactos de proximidade. Muitas vezes isto é acompanhado de refeições, de ingestão de alimentos e bebidas, as máscaras são retiradas, o que ainda aumenta o risco.”
“Não estamos em 2019”, lembrou Graça Freitas, que apelou a que as famílias e amigos “tentem confraternizar menos nesta fase em que o vírus está bastante activo em Portugal e na Europa”.
Por sua vez, a ministra da Saúde indicou que, apesar do reforço na resposta à covid-19, há “muitas coisas para continuar a melhorar”, como o “atendimento telefónico e as zonas de espera dos cuidados de saúde primários”, áreas muitas vezes referidas e em que o Ministério da Saúde espera obter progressos “durante os próximos dois meses”.
“Estamos a falar de intervenções complexas e de problemas antigos do SNS que se agravaram no contexto da pandemia”, indicou, referindo que estas melhorias implicam não só o reforço dos recursos humanos, mas também a substituição de centrais telefónicas já antigas.
Marta Temido destacou ainda o aumento da capacidade de testagem à covid-19 desde Março, mês que marcou o início da contabilização de casos do novo coronavírus no país.
“Passamos de uma média de 2500 testes por dia em Março para 19.600 testes por dia neste mês de Outubro”, realçou Marta Temido. O dia 7 de Outubro foi o dia em que foi estabelecido o recorde de testagem, com 28.392 testes realizados. Destes, quase 8% foram positivos, alguns “possivelmente repetições de testes”, mas ainda assim “um sinal de alerta”, de acordo com a ministra.
Também o Presidente da República comentou, esta sexta-feira, o aumento no número de casos de covid-19 nos últimos dias. Numa visita ao Hospital de Braga, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, se fosse necessário, a época natalícia seria repensada. “É preciso repensar o Natal em família, repensa-se o Natal em família. Não pode ser um Natal com 100 pessoas, com 60 pessoas, com 50 pessoas, com 30 pessoas, divide-se o natal pelas várias componentes na família”, referiu.
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 1394 de infecção por covid-19, naquele que volta a ser o segundo pior dia de sempre neste indicador, depois dos 1278 novos casos registados na quinta-feira.