Pussy Riot dão os parabéns a Putin com bandeiras LGBTQ espalhadas pelas ruas
O colectivo de activistas pendurou cinco bandeiras em edifícios públicos de Moscovo, no aniversário de Putin, a 7 de Outubro — data que propõem tornar Dia da Visibilidade LGBTQ. A acção de protesto quer chamar a atenção para as violações dos direitos humanos no país.
No aniversário de Vladmir Putin, cinco edifícios da administração russa foram decorados com bandeiras LGBTQ+ — uma “prenda de aniversário” das Pussy Riot para o presidente da Rússia.
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No aniversário de Vladmir Putin, cinco edifícios da administração russa foram decorados com bandeiras LGBTQ+ — uma “prenda de aniversário” das Pussy Riot para o presidente da Rússia.
O colectivo escolheu as bandeiras “como símbolo da falta de amor e liberdade”, como escreveu, no Instagram, onde explica a acção de protesto e nomeia as activistas envolvidas: “O Estado não deve interferir na vida da comunidade LGBTQ. Mas, se o faz, então a comunidade pode intervir na vida do Estado.”
De acordo com o colectivo, dois jornalistas foram detidos enquanto seguiam as 11 activistas, que, durante o dia e com escadotes, erguerem bandeiras no exterior do Supremo Tribunal, no Ministério da Cultura, no edifício dos serviços secretos russos (FSB), na rua Lubianka, que na era comunista albergava o KGB, no gabinete da Presidência russa e na esquadra da polícia em Basmanny, Moscovo.
Na publicação na conta oficial do colectivo, as activistas reivindicam que o Governo deve “legalizar as parcerias do mesmo sexo”, “passar uma lei que previna a discriminação com base no género ou na orientação sexual”, “investigar as mortes e raptos das pessoas gay, lésbicas, transgénero e queer na Tchechénia”, “parar de assediar activistas e organizações que auxiliam a comunidade LGBTQ” e, acrescentam, tornar o dia 7 de Outubro, aniversário de Putin, Dia da Visibilidade LGBTQ.
A Rússia descriminalizou a homossexualidade há décadas, mas o casamento e a adopção entre pessoas do mesmo sexo são proibidos e os ataques a pessoas LGBTQ persistem. Em 2017, relatos de organizações de defesa dos direitos humanos e reportagens davam conta que as autoridades tchetchenas estavam a deter ilegalmente, a torturar ou a matar centenas de homens em toda a república, acusados de serem homossexuais.
Há oito anos, as três fundadoras do grupo punk rock feminista e queer foram condenadas a dois anos de prisão por “hooliganismo e incitamento ao ódio religioso”, depois de uma performance não autorizada contra Putin, na catedral moscovita do Cristo Salvador, a que chamaram “oração punk”.