Covid-19: Nova Zelândia volta a eliminar a transmissão local

Governo neozelandês levantou restrições em Auckland, depois de dez dias sem novos casos associados ao surto na maior cidade do país. Primeira-ministra Ardern aponta à maioria nas eleições do dia 17.

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Jacinda Ardern, primeira-ministra neozelandesa e rosto do luta eficaz contra o coronavírus EPA/DAVID ROWLAND

O Governo da Nova Zelândia levantou as restrições em Auckland na quarta-feira e diz ter voltado a eliminar a transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2 no país. Depois de ter declarado vitória sobre o coronavírus, em Abril, e de ter sido obrigada a confinar a maior cidade do país, em Agosto, devido a um surto localizado, a primeira-ministra Jacinda Ardern foi cautelosa nas palavras, mas elogiou os neozelandeses por terem “derrotado novamente o vírus”.

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O Governo da Nova Zelândia levantou as restrições em Auckland na quarta-feira e diz ter voltado a eliminar a transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2 no país. Depois de ter declarado vitória sobre o coronavírus, em Abril, e de ter sido obrigada a confinar a maior cidade do país, em Agosto, devido a um surto localizado, a primeira-ministra Jacinda Ardern foi cautelosa nas palavras, mas elogiou os neozelandeses por terem “derrotado novamente o vírus”.

“Devemos sentir-nos novamente orgulhosos por aquilo que fizemos para chegarmos, juntos, a esta posição”, afirmou a chefe do Governo trabalhista. “A covid-19 não é absolutamente inexistente na Nova Zelândia. Mas não há sinais dela neste momento”.

Segundo o ministro da Saúde, Chris Hipkins, “não há casos de transmissão comunitária activos” no país de cinco milhões de habitantes. Os três novos casos das últimas 24 horas, informou na quarta-feira, estão em “isolamento”.

De acordo com os números recolhidos pela Universidade Johns Hopkins (EUA), a Nova Zelândia registou 1864 casos e 25 mortes desde o início da pandemia. Durante dez dias não houve qualquer nova infecção associada ao surto de Auckland –que se declarou em Agosto e afectou perto de 180 pessoas.

“Há 95% de probabilidades de o surto ter sido eliminado. A nossa equipa de cinco milhões, um pouco mais fatigada desta vez, baixou a cabeça e deitou mãos à obra”, elogiou a primeira-ministra do país da Oceânia, aplaudindo o esforço de toda a população da Nova Zelândia.

O Governo neozelandês pôs em marcha um dos planos de contenção do coronavírus mais eficazes a nível mundial, que incluiu o rastreamento e acompanhamento dos casos activos através de uma aplicação de telemóvel, um vigoroso plano de isolamento e confinamento em cooperação com as cadeias hoteleiras do país e várias camadas de medidas de distanciamento social, locais e nacionais, aplicadas a casos concretos.

As medidas foram seguidas à risca pelos cidadãos, que, apesar das boas notícias, continuam a ser alertados para a possibilidade de nova reviravolta no cenário epidemiológico. “Queremos todos evitar mais restrições. Por isso temos de nos manter vigilantes e evitar a complacência”, sublinhou a primeira-ministra.

Maioria à vista

O levantamento das restrições em Auckland e o anúncio da erradicação da transmissão comunitária do vírus surgem a poucas dias das eleições legislativas na Nova Zelândia – agendadas para o dia 17, depois de terem sido adiadas por um mês por causa da pandemia – e ajudam a explicar o favoritismo de Jacinda Ardern.

A primeira-ministra de 40 anos goza de uma taxa de aprovação superior a 50% e, tal como na resposta aos atentados terroristas do ano passado, em Christchurch, mostrou que o pragmatismo, a eficiência e a empatia são características apreciadas pelo eleitorado na gestão das grandes crises.

Mesmo com uma ligeira quebra na sua popularidade e alguns escândalos envolvendo membros do seu Governo, Ardern e o Partido Trabalhista estão muito perto da maioria parlamentar, de acordo com a sondagem 1News-Colmar Brunton, divulgada esta quinta-feira.

Os trabalhistas lideram as intenções de voto, com 47%, que os coloca a apenas um deputado dos 61 necessários para governarem sozinhos. Já os seus principais rivais, do Partido Nacional, ficam-se pelos 32%.