Comissão Europeia anuncia plano a dez anos para apoiar comunidade cigana na UE

Na Europa, 85% das crianças ciganas estão em risco de pobreza, enquanto para o resto da população infantil esse risco é de 20%. O novo plano promete reduzir esta taxa para metade até 2030.

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Acampamento de ciganos em Aveiro Adriano Miranda/PÚBLICO/arquivo

A Comissão Europeia anunciou hoje, em Bruxelas, um plano para combater a discriminação e o racismo contra a comunidade cigana na União Europeia (UE) nos próximos dez anos, prevendo que os países criem medidas concretas até 2021.

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A Comissão Europeia anunciou hoje, em Bruxelas, um plano para combater a discriminação e o racismo contra a comunidade cigana na União Europeia (UE) nos próximos dez anos, prevendo que os países criem medidas concretas até 2021.

“Nos últimos dez anos, não fizemos o suficiente para apoiar a população cigana na UE. Muitos continuam a enfrentar discriminação e racismo: não é aceitável e é imperdoável”, salientou a vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, em conferência de imprensa.

Referindo que se trata de uma “cicatriz na inclusão europeia”, a comissária com a pasta dos Valores e Transparência afirmou que a Comissão Europeia quer “corrigir a situação, com objectivos claros e um compromisso renovado, para se atingirem mudanças claras nos próximos dez anos”.

O plano abrange áreas que vão desde a igualdade, inclusão e participação na sociedade civil, à educação, emprego, saúde e habitação.

Algumas das medidas previstas no plano salientam a necessidade de assegurar que “95% de ciganos têm acesso a água canalizada” ou “reduzir, pelo menos para metade, a diferença na esperança de vida entre a comunidade cigana e a população geral”.

Realçando também que “85% das crianças ciganas se encontram em risco de pobreza quando comparado com 20% no resto da população infantil do continente”, o novo plano promete reduzir esta taxa para metade até 2030.

A comissária com a pasta da Inclusão e Igualdade, Helena Dalli, apresentando o novo plano de Vera Jourova, justificou a necessidade de se pôr em prática um plano específico para a comunidade cigana por estar sujeita a um “tipo específico de racismo”.

“Parece haver uma aceitação geral da população relativamente a este tipo de racismo: o estigma moral que costuma estar associado a outros tipos de racismo está ausente no que é relativo à comunidade cigana”, salientou Helena Dali.

“Estes objectivos são atingíveis, se todos fizermos o nosso trabalho, e realço que é o mínimo aceitável”, salientou

A Comissão apela agora aos Estados-membros que submetam estratégias para aplicar este plano até Setembro de 2021, encarregando-se o executivo comunitário de acompanhar os progressos na realização dos objectivos estabelecidos até 2030.

Este é o primeiro passo no Plano de Acção contra o Racismo, uma estratégia promovida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que visa combater a discriminação e o racismo na UE até 2025.