“Grandes” fecharam Verão com empréstimos sonantes
FC Porto foi buscar três reforços à Premier League inglesa, Sporting garantiu regresso de João Mário e Benfica recrutou central ao Barcelona.
Não se pode dizer que os clubes não tenham tido mais do que tempo para fazer tudo o que queriam, mas muita coisa acabou por ficar para o último dia no super-agitado mercado de transferências deste Verão marcado pela pandemia da covid-19. Houve quem tenha guardado muita coisa para o fim (FC Porto), houve quem tenha feito revoluções (Boavista, V. Guimarães e Famalicão), houve quem não tenha atingido todos os seus alvos (Benfica e Sporting), e quase todos ficaram com alguns excedentários no plantel. Mas não faltaram animação, incerteza, reviravoltas e muitos negócios nesta janela estival, que teve um último dia carregado de novidades, sobretudo no que diz respeito a empréstimos.
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Não se pode dizer que os clubes não tenham tido mais do que tempo para fazer tudo o que queriam, mas muita coisa acabou por ficar para o último dia no super-agitado mercado de transferências deste Verão marcado pela pandemia da covid-19. Houve quem tenha guardado muita coisa para o fim (FC Porto), houve quem tenha feito revoluções (Boavista, V. Guimarães e Famalicão), houve quem não tenha atingido todos os seus alvos (Benfica e Sporting), e quase todos ficaram com alguns excedentários no plantel. Mas não faltaram animação, incerteza, reviravoltas e muitos negócios nesta janela estival, que teve um último dia carregado de novidades, sobretudo no que diz respeito a empréstimos.
Depois de ter negociado alguns dos seus melhores jogadores das últimas épocas (Danilo Pereira e Alex Telles), o FC Porto reforçou-se no último dia com três excedentários da Premier League inglesa. O primeiro a ser oficializado foi Malang Sarr, jovem central francês de 21 anos, emprestado pelo Chelsea, que o havia contratado sem custos ao Nice. É um central de origem, mas pode jogar no lado esquerdo da defesa, onde terá menos concorrência. Mas os reforços mais sonantes só seriam oficializados durante a noite: Marko Grujic, médio internacional sérvio, ficará no Dragão durante uma temporada por empréstimo do Liverpool, enquanto Felipe Anderson, extremo internacional brasileiro, será cedido esta época pelo West Ham.
O Sporting, por seu lado, também deixou o melhor para o fim. Promoveu o regresso a Alvalade de um dos seus “filhos pródigos”, João Mário, que, em 2016, tinha rumado ao Inter Milão a troco de 40 milhões de euros. Quatro anos depois, o médio chega por empréstimo do Inter, onde nunca foi um indiscutível, sendo o Sporting o terceiro clube a que é emprestado, depois de West Ham e Lokomotiv. E o Benfica também fechou as suas contratações de Verão com um central francês por empréstimo, Jean-Clair Todibo, que vem do Barcelona – e Lucas Veríssimo, que tinha sido dado como certo no Benfica e no FC Porto, fica, para já, onde está, no Santos.
O FC Porto acabou por ser o mais activo na ponta final do defeso, tanto em entradas como saídas, e mostrou capacidade de resposta para colmatar as transferências de última hora de alguns dos seus jogadores mais importantes. Já o Benfica, foi um defeso a gastar primeiro e vender depois. Com o maior volume de gastos (de longe) da I Liga, os “encarnados” tentaram equilibrar a balança com a venda de Rúben Dias, mas receberam em troca “apenas” 53 milhões do Manchester City, mais Otamendi (valorizado em 15 milhões). Se era este o central que Jorge Jesus queria? Provavelmente não, e talvez também não tivesse Todibo no topo da sua lista, mas é o que vai ter.
Quanto ao Sporting, também terá ficado por atingir um dos alvos prioritários, um ponta-de-lança, posição onde os “leões” não têm uma abundância de opções. Se o bracarense Paulinho era mesmo o desejado, só Sporting e Sp. Braga, que não têm uma relação propriamente fraterna, poderão responder. Seja como for, os “leões”, antes de garantirem João Mário, já tinham resolvido as entradas há várias semanas (Pote, Nuno Santos e Feddal, os que custaram dinheiro), e as saídas de Acuña (por dez milhões para o Sevilha) e Wendel (por 20 milhões para o Zenit) deram alguma folga às finanças. E o Sp. Braga, depois de se ter mexido cedo no mercado, também pouco deixou para os últimos dias.
Trio avança com revolução
Este acabou por ser um defeso de meias revoluções nos três “grandes”, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, no Boavista, que tem 20 caras novas, muitas delas fruto da parceria com o Lille. Também o Vitória de Guimarães deu 20 caras novas a Tiago Mendes (treinador em estreia), com Ricardo Quaresma à cabeça, mas com muita juventude que teve uma formação de elite em equipas inglesas, francesas ou alemãs. Neste sentido, também o Famalicão fez uma renovação quase total dos seus quadros, depois da saída de alguns dos seus jogadores mais importantes (Pote, Fábio Martins ou Toni Martínez). São 19 jogadores novos para João pedro Sousa tentar repetir a boa campanha de 2019-20, com Dyego Sousa (ex-Benfica) e Diogo Queirós (ex-FC Porto) a chegarem nos últimos dias.
Este defeso também ficou marcado pela dificuldade em colocar jogadores excedentários. O FC Porto acabou por ter sucesso nesta tarefa, embora com algum prejuízo (Zé Luís foi vendido ao Lokomotiv por cinco milhões, apenas uma época depois de ter custado 12), mas Benfica e Sporting acabaram por inscrever muita gente que não conta. Nestas condições estão, por exemplo, os benfiquistas Ferreyra, Zé Gomes ou Chrien, e os sportinguistas Bruno Paulista, Lumor ou Tiago Ilori.
O Verão também trouxe ao futebol português alguns jogadores de destinos menos habituais. Como Safawi Rasi, extremo internacional pela Malásia que foi contratado pelo Portimonense, Don Jar, avançado israelita que vai representar o Paços de Ferreira, ou Faiq Bolkiah, novo jogador do Marítimo, um médio que faz parte da família real do Brunei e que é tido como o futebolista mais rico do mundo.