Facebook proíbe todos os grupos de QAnon

Movimento que dissemina teorias da conspiração está associado à promoção da desinformação e actos de violência. Em Agosto, o Facebook eliminou um terço destes grupos, mas reconhece que não foi suficiente.

Foto
Reuters/DADO RUVIC

O Facebook classificou, esta terça-feira, os grupos QAnon - movimento de teorias da conspiração pró-Trump - como perigosos e começou a removê-los da sua plataforma, bem como contas de Instagram que fossem representativas do movimento.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Facebook classificou, esta terça-feira, os grupos QAnon - movimento de teorias da conspiração pró-Trump - como perigosos e começou a removê-los da sua plataforma, bem como contas de Instagram que fossem representativas do movimento.

Um porta-voz do Facebook afirmou, segundo a NBC, que a empresa não está à procura de “publicações individuais”, mas sim de “contas e grupos que espalhem a teoria”.

É um novo passo, depois de, em Agosto, um terço destes grupos ter sido banido da rede social por promover a violência. Em vez de esperarem pelas denúncias dos utilizadores do Facebook, os funcionários da empresa irão activamente procurar estes grupos.

Apesar do esforço, centenas de outros grupos, páginas e contas de QAnon continuaram a disseminar-se pela rede social. Esta terça-feira o Facebook reconheceu que a sua política anterior não foi suficiente para lidar com o movimento de extrema-direita. 

“Temos estado vigilantes na aplicação da nossa política e estudado o seu impacto na plataforma, mas temos visto várias questões que levaram à actualização de hoje”, disse o Facebook em comunicado citado pelo The New York Times.

Desde Agosto, alguns grupos de QAnon adicionaram membros e outros utilizaram linguagem codificada para escapar à detecção, por exemplo, referindo-se a “cue” (como se lê a letra Q em inglês, equivalente ao “quê” em português) em vez de Q. Entretanto, várias pessoas do movimento integraram-se noutros grupos, tais como os que se preocupam com a segurança das crianças e os que criticam as restrições da covid-19, de acordo com investigadores no Facebook.

A NBC explica que as contas QAnon tornaram-se formas de coordenar campanhas de desinformação nas últimas semanas. Antes do debate da passada terça-feira, os relatos de QAnon impulsionaram a teoria da conspiração segundo a qual o antigo vice-presidente Joe Biden estava a usar secretamente um auricular antes mesmo do início do debate.

Mensagens recentes de QAnon espalharam informações falsas sobre as eleições e sobre a covid-19, disseram os investigadores. Chegaram a afirmar que o Presidente Donald Trump falsificou o seu teste positivo com o objectivo de orquestrar detenções secretas.

O FBI classifica este movimento como uma potencial fonte de terrorismo doméstico. QAnon é conduzido por um anónimo na Internet, apelidado de Q, que afirma ser um informador interno da administração Trump.

Trump já elogiou o grupo, caracterizando-o como patriótico, e mais de uma dúzia de candidatos ao congresso republicano promoveram-no.