Histórias de Portugal: Luiz, 4 de Outubro de 1870

Luiz morreu com apenas 14 anos. Diz-se que foi atingido por um raio numa estrada perto de Alcácer do Sal. Uma história com 150 anos que está contada numa pedra... há 150 anos.

A 4 de Outubro de 1870, uma forte borrasca de Outono surpreendeu um grupo de viajantes de Beringel, em Beja, que se tinha deslocado até Alcácer do Sal. Entre chuva, trovões e relâmpagos, um raio caiu sobre o grupo e vitimou Luiz – Luiz António de Mira Fialho – de apenas 14 anos de idade. Um dos animais que acompanhava o grupo de três pessoas também perdeu a vida.

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A 4 de Outubro de 1870, uma forte borrasca de Outono surpreendeu um grupo de viajantes de Beringel, em Beja, que se tinha deslocado até Alcácer do Sal. Entre chuva, trovões e relâmpagos, um raio caiu sobre o grupo e vitimou Luiz – Luiz António de Mira Fialho – de apenas 14 anos de idade. Um dos animais que acompanhava o grupo de três pessoas também perdeu a vida.

A mãe do rapaz, que não fazia parte desse grupo, fez questão de (tal como ainda hoje se faz, com flores, cruzes, velas, ou fotos) marcar o local com uma “alminha”, em forma de uma enorme pedra “tumular”, onde se pode ler o seguinte poema:

Aqui perdeu e de tenra edade
Uma extremosa mãe o seu Luiz
Perdeu-o porque Deus assim o quiz
Por effeito de horrorosa tempestade

Porção cahiu de electricidade
Dois cavallos matou e o infeliz
Ficam vivos um tio e outro, se diz
Estando todos juntos. Fatalidade

Comprehenda lá a humanidade
Os occultos juisos dos altos céus
Impossível é, diga-se a verdade

Do coração arranca e lábios seus
Um suspiro de eterna saudade
A terna mãe que lhe lega: Oh Meu
Deus!

4 de Outubro de 1870

Em 2019, passei pelo local e prometi contar a história desta tragédia quando passassem 150 anos sobre a fatídica data inscrita na pedra ainda hoje presente na berma da Estrada Nacional 5, conhecida como “Estrada do Torrão”.

Foto
Marisol Aires Pereira, arqueóloga do Município de Alcácer do Sal Marco António

Este episódio é o cumprimento dessa promessa.

Ouvimos Marisol Aires Pereira, arqueóloga do Município de Alcácer do Sal, que na entrevista menciona o texto “O jovem Luiz a quem um relâmpago tirou a vida”, da autoria de Cristiana Vargas, no blogue “O Sal da História”.

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