Falta de acordo à esquerda sobre Orçamento de Estado preocupa PSD
O Governo apresenta esta terça-feira as linhas gerais do OE para 2021 aos partidos políticos com assento parlamentar. Não são esperados números agradáveis no PIB e défice.
O PSD saiu do encontro com o Governo para apresentação das linhas gerais do Orçamento do Estado (OE) para 2021 preocupado com o facto de OE apostar mais no sector público e com a falta de acordo político à esquerda. O deputado Afonso Oliveira não quis antecipar o cenário macroeconómico que o executivo tem em cima da mesa mas deixou o aviso: “Não é expectável que os números sejam agradáveis”.
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O PSD saiu do encontro com o Governo para apresentação das linhas gerais do Orçamento do Estado (OE) para 2021 preocupado com o facto de OE apostar mais no sector público e com a falta de acordo político à esquerda. O deputado Afonso Oliveira não quis antecipar o cenário macroeconómico que o executivo tem em cima da mesa mas deixou o aviso: “Não é expectável que os números sejam agradáveis”.
“Ficamos mais uma vez com a convicção de que há uma preocupação muito mais forte com o investimento público com o sector público e menos com o privado”, disse o parlamentar social-democrata aos jornalistas, à saída do encontro com o ministro das Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que decorreu na Assembleia da República.
“Esperemos que até ao dia da apresentação do Orçamento do Estado essa preocupação com a economia e com a necessidade de recuperação económica, e que passa pelas empresas pelo emprego e pelos trabalhadores, esteja na mente do Governo”, afirmou.
Afonso Oliveira sinalizou outro incómodo. “Não percebemos se já está fechado ou não o acordo com o BE e o PCP”, disse, adiantando que esta leitura “acresce a preocupação” dos sociais-democratas.
O primeiro-ministro destacou hoje a importância de um acordo sobre o OE. “A forma não acho que seja o essencial”, disse António Costa esta segunda-feira de manhã quando questionado sobre se era bom haver um acordo escrito para toda a legislatura com os parceiros de conversações. Para o primeiro-ministro, que falava à saída de uma homenagem a Amália Rodrigues, no Panteão, isso seria “óptimo”, contudo, “se houver acordo para 2021, é bom e responde ao essencial: a necessidade de o país não ficar a depender de governações em solavancos, em duodécimos.”
O deputado do PSD reconheceu a “dificuldade que há no OE 2021”, salientado que o OE tem de responder a esta dificuldade com medidas que permitam às empresas funcionar. O deputado não quis revelar os números que fazem parte do cenário macroeconómico, acrescentando porém que “não é expectável que haja números em relação a economia portuguesa em relação ao défice que sejam agradáveis”. Leia-se: más notícias para o PIB, o défice e a dívida pública.
O Governo está a apresentar esta terça-feira as linhas gerais do Orçamento do Estado aos partidos da oposição. De manhã, os encontros agendados são com o PSD, BE, PCP, CDS, PAN, Verdes. À tarde estão presentes Chega, IL e as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
O OE 2021 vai ser votado na generalidade no dia 28 de Outubro, com a votação final global prevista para 27 de Novembro.