A doença de uma mulher e os seus efeitos sobre o planeta

A encerrar esta edição do programa A Família Inglesa, a Mala Voadora estreia no Teatro Carlos Alberto, Porto, o espectáculo Off, a partir de um texto de Chris Thorpe, relação entre as acções individuais e os destinos colectivos.

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"Off", a partir de um texto de Chris Thorpe pela Mala Voadora antónio MV

Tudo começou com uma ópera que não chegou a existir. Depois de ter assistido a Beaumarchais — criação em que a Mala Voadora “desmanchava” a trilogia de Fígaro do autor francês, apresentada em 2017 no D. Maria II —, o então director artístico do Teatro Nacional de São Carlos, Patrick Dickie, contactou Jorge Andrade com uma proposta ambiciosa: a concepção de um espectáculo que anteciparia um encerramento da sala para obras e de um outro que abrilhantaria o momento da reabertura. A partir desse mote do futuro encerramento provisório do São Carlos, e na linha da diluição de fronteiras entre ficção e realidade que a Mala Voadora gosta de explorar —, Jorge Andrade propôs trabalhar sobre uma ideia de “fins”. “Queria pegar nomeadamente na forma como as mulheres morrem na ópera”, explica ao PÚBLICO o encenador e co-fundador (com José Capela) da Mala Voadora. “Sempre me fez alguma confusão como quando se vai à ópera se está com mais atenção ao virtuosismo da cantora e ao lado lírico do compositor, toda aquela magia da arte total, e se esquece um bocado a narrativa. Parece que a forma como ‘aquela’ mulher está a morrer fica em segundo plano.”

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Tudo começou com uma ópera que não chegou a existir. Depois de ter assistido a Beaumarchais — criação em que a Mala Voadora “desmanchava” a trilogia de Fígaro do autor francês, apresentada em 2017 no D. Maria II —, o então director artístico do Teatro Nacional de São Carlos, Patrick Dickie, contactou Jorge Andrade com uma proposta ambiciosa: a concepção de um espectáculo que anteciparia um encerramento da sala para obras e de um outro que abrilhantaria o momento da reabertura. A partir desse mote do futuro encerramento provisório do São Carlos, e na linha da diluição de fronteiras entre ficção e realidade que a Mala Voadora gosta de explorar —, Jorge Andrade propôs trabalhar sobre uma ideia de “fins”. “Queria pegar nomeadamente na forma como as mulheres morrem na ópera”, explica ao PÚBLICO o encenador e co-fundador (com José Capela) da Mala Voadora. “Sempre me fez alguma confusão como quando se vai à ópera se está com mais atenção ao virtuosismo da cantora e ao lado lírico do compositor, toda aquela magia da arte total, e se esquece um bocado a narrativa. Parece que a forma como ‘aquela’ mulher está a morrer fica em segundo plano.”