Mercado automóvel caiu 38,4% entre Janeiro e Setembro
Vendas continuam a recuperar, mas a quebra nacional continua a ser maior do que a da média europeia. Por marcas, a Renault recupera liderança e a Porsche continua a ser a única a crescer face a 2019.
A compra de carros registou em Setembro a quebra menos acentuada, em termos homólogos, desde que a pandemia foi declarada. Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), no mês passado foram matriculados 16.404 veículos, menos 9% do que em igual mês de 2019. Fecha-se assim o terceiro trimestre de 2020, que desde Janeiro regista um recuo nas vendas de 38,4%.
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A compra de carros registou em Setembro a quebra menos acentuada, em termos homólogos, desde que a pandemia foi declarada. Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), no mês passado foram matriculados 16.404 veículos, menos 9% do que em igual mês de 2019. Fecha-se assim o terceiro trimestre de 2020, que desde Janeiro regista um recuo nas vendas de 38,4%.
Desde o início do ano até ao último dia de Setembro entraram em circulação 127.168 novos veículos em Portugal. Em 2019, tinham sido 206.550 nos primeiros nove meses.
É uma quebra bem acima das estimativas da Associação Europeia dos Construtores de Automóveis (ACEA) para o mercado europeu, que deverá cair entre 20 a 25% este ano, segundo as estimativas desta entidade. A perda de rendimentos, por um lado, e o adiamento das decisões de compra, por outro, poderão ajudar a explicar esta retracção em Portugal, onde o confinamento esteve na origem da maior taxa de poupança do século XXI.
As empresas de comércio, manutenção e reparação de automóveis foram incluídas pelo Governo no lote de actividades especialmente afectadas pelas consequências económicas da pandemia de covid-19, quando o executivo decidiu prolongar as moratórias de crédito, com condições especiais para esses sectores mais afectados.
O que os números parecem querer confirmar é que o comércio automóvel sofre uma contracção nunca vista em Portugal, com dois meses dramáticos (Março com -56,6%; e Abril com -84,6%) e um recuo ainda pior do que aquele que marcou o pico da crise financeira global, que se fez sentir com maior intensidade no mercado nacional em Fevereiro de 2012.
O sector automóvel foi incluído na primeira fase de desconfinamento, mas a retoma, como se vê, continua longe das aspirações do sector.
Por marcas, a Renault recuperou a liderança, destronando a Peugeot, que tinha passado fugazmente pelo primeiro lugar do top nacional de vendas. Mas em termos agregados, todas as marcas estão em terreno negativo nas vendas desde Janeiro. A excepção continua a ser a Porsche que, apesar de ter vendido menos em Setembro de 2020 face ao mesmo mês de 2019, fecha três trimestres a crescer 22,6% (618 unidades vendidas este ano contra 504 em 2019).