Sem estrangeiros, turismo em Agosto contou com as férias dos portugueses

Houve menos 43,2% de hóspedes, principalmente devido à ausência de estrangeiros. Houve até regiões que contaram com mais portugueses do que no ano passado, como o Algarve, Alentejo, e o Centro do país.

Foto
Algarve teve uma subida dos turistas portugueses Rui Gaudencio

Foi melhor do que Julho, mas mesmo assim foi mau: em Agosto, de acordo com a estimativa rápida do INE divulgada esta quinta-feira, o sector do alojamento turístico contou com menos 43,2% de hóspedes do que em idêntico período de 2019, ficando-se pelos 1,9 milhões, tendo as dormidas caído 47,2% para 5,1 milhões.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Foi melhor do que Julho, mas mesmo assim foi mau: em Agosto, de acordo com a estimativa rápida do INE divulgada esta quinta-feira, o sector do alojamento turístico contou com menos 43,2% de hóspedes do que em idêntico período de 2019, ficando-se pelos 1,9 milhões, tendo as dormidas caído 47,2% para 5,1 milhões.

Com uma queda ainda bastante acentuada de não residentes, cujas dormidas terão encolhido 72% para 1,7 milhões, foram os portugueses que deram algum oxigénio ao sector, com uma descida de apenas 2,4%, para 3,4 milhões (equivalente a 65,9% do total). Ao todo, os hóspedes residentes foram 1,3 milhões (-4,7%, depois da quebra de 30,8% em Julho), contra os 589 mil não residentes (-70,1%, uma pequena melhoria face aos 83,4% de Julho).

Houve até regiões que contaram com mais portugueses do que no ano anterior, como o Algarve, com uma subida de 9%, o Alentejo, mais 4%, e o Centro, com mais 1,1%.

No caso do Alentejo, a região, diz o INE, “terá continuado a apresentar a menor diminuição no número de dormidas, face ao mês homólogo, apresentando uma descida de 15,1%”.

Os maiores impactos foram sentidos na Madeira (-72,3%), Açores (-69,3%) e Área Metropolitana de Lisboa (-68,6%). Segue-se o Norte (-41%), o Algarve (-39,3%) e o Centro (-27,6%).

Dos principais mercados emissores, o que teve um comportamento menos negativo foi Espanha, com uma descida de 57,3%. Já o Reino Unido, o maior mercado de turistas para Portugal, caiu 79,7%, mas o cenário podia ter sido ainda pior. A 20 de Agosto foi comunicado que Portugal passava a estar incluído na lista de países que o Reino Unido dispensava de quarentena, o que fez disparar as viagens e as reservas. No entanto, essa medida foi revogada a 10 de Setembro pelas autoridades britânicas. 

Naquele que é tradicionalmente o melhor mês para o sector do turismo, o INE dá conta de que 21 dos estabelecimentos “terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes”.