Covid-19: há mais de 25 mil casos activos em Portugal – o número mais elevado desde o início da pandemia
Morreram oito pessoas com covid-19 e há 825 novos casos, a maior parte deles na região de Lisboa e Vale do Tejo. Mais de 24 mil das pessoas infectadas estão a recuperar em casa.
O número de casos activos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 continua a aumentar e ultrapassou, nesta quarta-feira, a barreira dos 25 mil – o que faz com que este seja novamente o dia com mais casos activos desde o início da pandemia. O número de infecções activas tem vindo a aumentar desde Agosto e, na segunda-feira, ultrapassou-se o máximo que tinha sido registado a 15 de Maio, data em que havia 24.065 pessoas com a doença. Agora, são 25.041 – 97,3% destas pessoas encontram-se a recuperar em casa e 2,3% estão internadas, indicou a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa.
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O número de casos activos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 continua a aumentar e ultrapassou, nesta quarta-feira, a barreira dos 25 mil – o que faz com que este seja novamente o dia com mais casos activos desde o início da pandemia. O número de infecções activas tem vindo a aumentar desde Agosto e, na segunda-feira, ultrapassou-se o máximo que tinha sido registado a 15 de Maio, data em que havia 24.065 pessoas com a doença. Agora, são 25.041 – 97,3% destas pessoas encontram-se a recuperar em casa e 2,3% estão internadas, indicou a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa.
O número de casos activos é calculado através da subtracção das mortes e recuperados ao total de infectados com o novo coronavírus.
Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico desta quarta-feira, actualizados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) com os dados existentes até à meia-noite do dia anterior. O boletim revela ainda que morreram oito pessoas com covid-19 no último dia e que existem 825 novos casos, o que corresponde a um aumento de 1,1% em relação ao dia anterior.
No total, foram 75.542 as pessoas infectadas desde Março. A taxa de incidência da doença nos últimos sete dias foi de 49,4 novos casos por 100 mil habitantes. Nos últimos 14 dias, esse valor sobe para 96,4 novos casos por 100 mil habitantes, indicou Marta Temido. Entre 21 e 25 de Setembro, o Rt (rácio de transmissibilidade) em Portugal situou-se em 1,07, o que equivale a uma média de 823 novos casos por dia, informou a ministra. O valor mais alto do Rt foi registado no Algarve (1,16) e o mais baixo no Alentejo (0,9).
Dos oito óbitos, seis foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo e duas ocorreram na região Norte. A taxa de letalidade em Portugal é de 2,6%. Acima dos 70 anos, é de 13,5%.
Já a maior parte dos novos casos (398) foram identificados na região de Lisboa, seguindo-se o Norte com 294 infecções. O Centro regista 82 infecções; o Algarve tem 41 novos casos; o Alentejo, três. Nos Açores, há cinco novas infecções e a Madeira tem dois novos casos identificados. Em todo o país, recuperaram mais 337 pessoas.
Há 666 pessoas internadas com covid-19 (mais cinco do que no dia anterior) e, dessas, 105 estão internadas em unidades de cuidados intensivos (mais seis do que na véspera).
A ministra da Saúde disse que na região de Lisboa e Vale do Tejo estavam internadas a 29 de Setembro 351 pessoas infectadas com o novo coronavírus, em 539 camas disponíveis. O hospital Beatriz Ângelo, em Loures, é o que tem “maior pressão”. Em relação aos internamentos em cuidados intensivos na mesma região, Marta Temido indicou que há 66 utentes internados em 89 camas disponíveis. Neste caso, é o Centro Hospitalar de Lisboa Central o mais pressionado. Quanto à região Norte, estão internadas 162 pessoas em 311 camas disponíveis. Nas unidades de cuidados intensivos do Norte há 33 doentes internados num total de 65 camas. Marta Temido destacou que a “capacidade disponível é expansível em função das necessidades”.
Brigadas nos lares terão menos profissionais do que estava previsto
Em relação às brigadas de resposta rápida para os lares de idosos com surtos de covid-19, Marta Temido referiu que “vão avançar no início de Outubro, mas terão menos profissionais do que aqueles que estavam inicialmente planeados”.
“Serão cerca de 60 enfermeiros e 200 ajudantes de acção directa. Haverá também num regime não presencial médicos e técnicos superiores de saúde, designadamente psicólogos. Estas equipas estarão presentes em todos os distritos e o Instituto de Segurança Social está a trabalhar para atingir o máximo de elementos previstos inicialmente nestas equipas”, acrescentou a ministra da Saúde.
Relativamente à evolução da actividade assistencial, a ministra destacou que os números de Agosto “mostram o esforço de recuperação” que tem sido feito pelos profissionais de saúde. Em Agosto deste ano, realizaram-se menos 920 mil consultas nos cuidados de saúde primários, o que representa menos 4,4% relativamente ao período homólogo.
A ministra salientou a “tendência de recuperação”, uma vez que em Maio a comparação face ao mesmo período de 2019 era de menos 10,5% de consultas, em Junho de menos 7,2% e em Julho de menos 5,9%. Quanto às consultas médicas hospitalares, em Agosto realizaram-se menos um milhão face ao período homólogo, ou seja, menos 12,6%, referiu a ministra. Em Maio foram menos 16,8%, em Junho menos 14,3% e em Julho menos 13,6%.
Relativamente às intervenções cirúrgicas, verificou-se uma diminuição de 100 mil em Agosto (menos 22,2%). Temido reforçou novamente a “melhoria face aos três meses anteriores”: em Maio menos 28,8%, em Junho menos 26,9% e em Julho menos 24,2%.
Relativamente aos testes rápidos que detectam o antigénio, a ministra da Saúde referiu que, até agora, a “informação consensualizada entre os peritos” é que “poderiam ser considerados no diagnóstico urgente de casos suspeitos com início de sintomas há menos de sete dias”, em situações em que representem uma “vantagem para a implementação de medidas de controlo da transmissão”. “A utilização destes testes noutros contextos não foi ainda considerada como suficientemente esclarecida”, acrescentou Marta Temido.
Jogos da selecção com público são “projectos-piloto”
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou a autorização para dois jogos da selecção de futebol terem público nas bancadas: “A prioridade era a abertura das escolas. Não estava prevista a existência de público nos estádios. Foi em conformidade com essa indicação que os jogos do Benfica e do Guimarães não tiveram público. A situação vai evoluindo e vamos fazer dois projectos-piloto, que querem dizer exactamente isso: é testar um conceito, experimentar uma coisa para ver se ela resulta.”
“Vamos fazer de forma gradual com a Federação Portuguesa de Futebol, com jogos da selecção porque são considerados jogos de menor risco”, esclareceu. “Isto não quer dizer mais nada a não ser que estamos a fazer um teste. Estamos a testar as condições para ver o comportamento das pessoas, sem nenhum estigma associado.”
Na terça-feira tinham sido registadas mais seis mortes e 688 infectados – desde segunda-feira que o número de casos activos registado no país é o mais elevado desde o início da pandemia.
Em todo o mundo, houve já mais de um milhão de mortes e há 23,4 milhões de pessoas que recuperaram de um total de 33,6 milhões de pessoas infectadas.