A especulação imobiliária é uma praga. Quase ninguém escapa. Se até um músico bem-sucedido, com duas décadas de carreira cobertas de aplauso público e da crítica não consegue fugir-lhe, então, será caso para dizer que estamos entregues à barbárie. Na verdade, não conhecemos os contornos do caso, mas o facto é que Sufjan Stevens, o cantautor do banjo e da introspecção, primeiro, o músico das intrincadas orquestrações, a seguir, o homem dos projectos multidisciplinares em forma de filme-álbum e do artesanato electrónico depois disso, este homem que até já andou pela cerimónia dos Óscares (actuou na de 2018 e descreveu-a como “um horrendo baile de finalistas da Cientologia”), terá sido obrigado a abandonar Nova Iorque quando a renda que pagava pelo seu estúdio em Brooklyn se tornou incomportável. Isto aconteceu há um ano e The Ascension, o álbum que agora edita, épico na sua quase hora e meia de duração, é resultado directo dessa experiência. Não por abordar a questão da gentrificação, assinale-se.
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A especulação imobiliária é uma praga. Quase ninguém escapa. Se até um músico bem-sucedido, com duas décadas de carreira cobertas de aplauso público e da crítica não consegue fugir-lhe, então, será caso para dizer que estamos entregues à barbárie. Na verdade, não conhecemos os contornos do caso, mas o facto é que Sufjan Stevens, o cantautor do banjo e da introspecção, primeiro, o músico das intrincadas orquestrações, a seguir, o homem dos projectos multidisciplinares em forma de filme-álbum e do artesanato electrónico depois disso, este homem que até já andou pela cerimónia dos Óscares (actuou na de 2018 e descreveu-a como “um horrendo baile de finalistas da Cientologia”), terá sido obrigado a abandonar Nova Iorque quando a renda que pagava pelo seu estúdio em Brooklyn se tornou incomportável. Isto aconteceu há um ano e The Ascension, o álbum que agora edita, épico na sua quase hora e meia de duração, é resultado directo dessa experiência. Não por abordar a questão da gentrificação, assinale-se.