Primeiro doente que foi “curado” de VIH morreu com cancro
Timothy Ray Brown, que ficou conhecido como “paciente de Berlim” por ter sido o primeiro a ficar livre do vírus da sida quando fez um transplante de medula óssea, morreu na Califórnia com cancro
Timothy Ray Brown, a primeira pessoa conhecida por ter sido curada do HIV quando fez um tipo único de transplante de medula óssea, morreu na Califórnia devido a uma recidiva do cancro que tinha tido há vários anos, anunciou esta quarta-feira o seu companheiro.
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Timothy Ray Brown, a primeira pessoa conhecida por ter sido curada do HIV quando fez um tipo único de transplante de medula óssea, morreu na Califórnia devido a uma recidiva do cancro que tinha tido há vários anos, anunciou esta quarta-feira o seu companheiro.
“É com grande tristeza que anuncio que Timothy faleceu esta tarde cercado por mim e amigos, após uma batalha de cinco meses contra a leucemia”, disse o seu parceiro, Tim Hoeffgen, num post no Facebook, refere a Reuters.
Timothy Brown, nascido em 1966, ficou conhecido como o “paciente de Berlim" e foi durante muito tempo o único caso de remissão na longa história do vírus da sida. Além de VIH, Timothy Ray Brown também tinha uma leucemia e recebeu, em 2007, um transplante de medula de um dador compatível que possuía também uma mutação num determinado gene que foi capaz de fazer com que o seu organismo se livrasse do vírus da sida.
Passados mais de dez anos, continuava sem sinais da infecção do VIH. Quando esteve em Lisboa, em 2016, afirmou, entre outras coisas, que não queria ser “a única pessoa no mundo que se curou do VIH”.
Em Março do ano passado Adam Castillejo foi apresentado simplesmente como “o paciente de Londres”. Era o segundo caso de um doente em remissão de VIH, depois um transplante de medula, e isso bastava para ser notícia em qualquer parte do mundo. O homem atrás do caso relatado num artigo de uma revista científica, a Nature, acabou por revelar a sua identidade em Março deste ano para ser, reclama, “embaixador da esperança”.
Adam Castillejo estava, nessa altura, há 30 meses sem sinais de VIH.