Durão Barroso nomeado presidente da Aliança Global para as Vacinas

Organização assume actualmente grande importância devido à pandemia provocada pela covid-19. Nomeação do ex-primeiro-ministro português foi aprovada de forma unânime, numa reunião realizada em Genebra.

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José Manuel Durão Barroso, ex-primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia Miguel manso

Durão Barroso foi nomeado esta terça-feira presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), uma organização que assume actualmente grande importância devido à pandemia provocada pela covid-19.

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Durão Barroso foi nomeado esta terça-feira presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), uma organização que assume actualmente grande importância devido à pandemia provocada pela covid-19.

A nomeação do ex-primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia foi aprovada de forma unânime pelo Conselho de Administração da GAVI, numa reunião realizada em Genebra, de acordo com um comunicado da organização.

Durão Barroso iniciará funções como presidente do Conselho de Administração da GAVI em Janeiro de 2021, substituindo a economista e antiga ministra das Finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, cujo mandato termina em Dezembro deste ano. O cargo não é remunerado.

Actualmente, Durão Barroso é chairman e director não-executivo da Goldman Sachs International, sediada em Londres.

Entre os factores decisivos para a escolha de Durão Barroso, a Comissão de Investigação do Conselho destacou o seu “notável estatuto e experiência, o seu historial como líder, a sua vasta experiência na presidência de instituições com múltiplos stakeholders e o seu empenho na cooperação internacional”.

Em declarações citadas pelo comunicado da GAVI, Durão Barroso afirmou que, no momento da pior pandemia do último século, “o mundo precisa agora mais do que nunca da GAVI, tanto para assegurar que as vacinas da covid-19 cheguem a todos os países, ricos e pobres, como para prosseguir com a sua missão principal de proteger centenas de milhões de pessoas contra doenças evitáveis”.

As reacções à nomeação

Marcelo Rebelo de Sousa felicitou esta terça-feira o antigo primeiro-ministro português através de uma nota publicada no site da Presidência da República, na qual se congratula por haver mais um português num cargo internacional particularmente relevante no actual contexto de pandemia do coronavírus. Na nota, o chefe de Estado refere que a Aliança GAVI é “uma organização internacional financiada por doadores públicos e privados, que promove as vacinas e a imunização das crianças no mundo, em particular nos países em desenvolvimento”.

O primeiro-ministro, António Costa, reagiu também esta terça-feira à tarde através de uma mensagem publicada na rede social Twitter, na qual felicitou Durão Barroso pela nomeação “numa altura em que a organização, que Portugal apoia, será chamada para desempenhar um papel importante para facilitar o acesso equitativo e acessível às vacinas contra a covid-19”.

Já a presidente da Comissão Europeia recorreu à mesma rede social para saudar a nomeação de Barroso. Ursula von der Leyen considera a GAVI um parceiro crucial na resposta global à pandemia de covid-19 e afirma que espera vir a “trabalhar em conjunto para garantir o acesso a vacinas seguras e eficazes para todos os que delas necessitam, em qualquer parte do mundo”.

Por sua vez, o director executivo da GAVI, Seth Berkley, saúda, em comunicado, a experiência, “empenho e abordagem prática à cooperação internacional” de Durão Barroso, qualidades que, disse, “serão imensamente úteis à medida que a GAVI embarca no seu próximo período estratégico para melhorar a equidade das vacinas e não deixar ninguém para trás, bem como assumir novos desafios enquanto parceiro na resposta global à covid-19”.

Ngozi Okonjo-Iweala saudou também o seu sucessor: “Sei, contudo, que deixo o cargo em boas mãos. José é uma excelente escolha, com um historial na defesa do desenvolvimento, equidade e diversidade de género, e estou convencida que é a pessoa certa para conduzir a GAVI no seu próximo capítulo.”

Mais de 760 milhões de crianças imunizadas

A GAVI é uma parceria público-privada que ajuda a vacinar metade das crianças do mundo contra algumas das doenças mais mortíferas. Desde a sua criação em 2000, a GAVI ajudou a imunizar mais de 760 milhões de crianças, evitando, assim, mais de 13 milhões de mortes e reduzindo para metade a mortalidade infantil em 73 países em desenvolvimento.

A organização reúne governos tanto de países em desenvolvimento como de doadores, a Organização Mundial de Saúde, a UNICEF, o Banco Mundial, a indústria de vacinas, agências técnicas, a sociedade civil, a Fundação Bill & Melinda Gates e outros parceiros do sector privado.

Nos últimos anos, sob a liderança da nigeriana, a GAVI enfrentou com sucesso o surto de Ébola na República Democrática do Congo e contribuiu também para a luta contra a poliomielite em África.

Na Cimeira Mundial de Vacinas, em Junho, conseguiu assegurar o montante histórico de 8,8 mil milhões de dólares em fundos.

Ainda de acordo com o comunicado, mais recentemente, a GAVI desempenhou um papel central na concepção da instalação COVAX, que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas contra a covid-19, uma vez que estas estejam disponíveis.

O processo de selecção para o cargo começou em Outubro de 2019 e foi conduzido por uma Comissão de Investigação presidida pelo antigo vice-presidente do Conselho, Bill Roedy. Antes de tomar a decisão final, a Comissão envolveu 115 candidatos num vasto espectro de experiências e antecedentes.