Menos pessoas nas ruas ao fim de sete semanas de protestos na Bielorrússia
Cerca de 50 mil pessoas marcharam este domingo em protesto contra Lukashenko, no domingo que marca o final da sétima semana de manifestações a pedir a saída do Presidente.
Milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Minsk, ao som de tambores e entre os cantos de um coro, para protestar contra o Presidente Aleksander Lukashenko. Mas à sétima semana de protestos e depois de o chefe de Estado ter tomado posse na quarta-feira, numa cerimónia secreta, para um novo mandato como Presidente da Bielorrússia, a multidão presente era menos expressiva do que tem sido nos domingos anteriores. Cerca de 50 mil pessoas, mais ou menos metade do que tem sido habitual.
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Milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Minsk, ao som de tambores e entre os cantos de um coro, para protestar contra o Presidente Aleksander Lukashenko. Mas à sétima semana de protestos e depois de o chefe de Estado ter tomado posse na quarta-feira, numa cerimónia secreta, para um novo mandato como Presidente da Bielorrússia, a multidão presente era menos expressiva do que tem sido nos domingos anteriores. Cerca de 50 mil pessoas, mais ou menos metade do que tem sido habitual.
Ao fim de sete semanas de presença permanente nas ruas, em reacção a uma eleição presidencial vencida por Lukashenko com mais de 80% dos votos, mas considerada fraudulenta pela oposição bielorrussa, a fadiga e a acção policial – voltou a prender muitos manifestantes este domingo, “cerca de 200”, disse a porta-voz do Ministério do Interior da Bielorrússia, Olga Tchemodanova, à AFP, – parece ter diminuído o número de pessoas nas ruas da capital, Minsk.
As forças policiais foram colocadas na rua com veículos blindados e canhões de água antes de começarem a juntar-se os primeiros manifestantes. Estações de metro foram fechadas e as ruas em torno do Palácio da Independência, residência oficial do Presidente, foram barricadas e muitos agentes foram aí colocados para demover qualquer tentativa de aproximação dos manifestantes.
Em Minsk, diz a BBC, a polícia disparou gás pimenta directamente para a cara das pessoas, enquanto na segunda maior cidade da Bielorrússia, a polícia usou gás lacrimogéneo contra os manifestantes (contra “desobedientes”, disse a polícia), enquanto em Mogilev, no Leste do país, foram disparadas granadas de atordoamento, de acordo com a AFP.
Svetlana Tikhanouskaia, líder da oposição que fugiu para a Lituânia logo após as eleições de 9 de Agosto, enviou um vídeo para ser ouvido pelos manifestantes e marcar os 50 dias de protesto contra o Presidente, o maior desafio ao regime nos 26 anos de poder de Lukashenko.
O canal Nexta Live no Telegram, que tem mais de dois milhões de subscritores, pediu aos manifestantes que este domingo encenassem uma “tomada de posse popular simbólica da verdadeira Presidente”, Tikhanouskaia, para responder à cerimónia secreta e rodeada por grandes medidas de segurança levada a cabo por Lukashenko na quarta-feira.
“Saímos à rua para parar este regime e estamos a fazê-lo pacificamente”, afirmou a líder da oposição no vídeo um dia depois de centena e meia de mulheres, que gritavam “Sveta, a Presidente”, durante uma manifestação, terem sido detidas. Mas, como referiu a opositora, no vídeo, a polícia pode continuar a prender: “Somos milhões. Venceremos!”