Portugal está “no bom caminho” na transição energética e no digital, diz Von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia realça que o dinheiro do fundo de recuperação pós-covid é “uma oportunidade única” para o país.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera que Portugal está no “bom caminho” para conseguir energias mais limpas e maior digitalização, devendo agora aproveitar a “oportunidade única” dos fundos europeus pós-crise para o consolidar.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera que Portugal está no “bom caminho” para conseguir energias mais limpas e maior digitalização, devendo agora aproveitar a “oportunidade única” dos fundos europeus pós-crise para o consolidar.
“Já antes da pandemia, Portugal estava no bom caminho para garantir um cabaz energético mais limpo e uma maior digitalização”, declarou a líder da Comissão, que inicia amanhã, segunda-feira, dia 28, uma visita de dois dias a Lisboa.
Ursula von der Leyen recorda que o executivo comunitário “publicou orientações pormenorizadas para ajudar os Estados-membros a prepararem os seus planos de recuperação nacionais” e nessas directrizes existe “uma clara incidência nas questões de futuro da protecção do clima, da digitalização e de uma economia mais resiliente”, destaca.
Defende, por isso, que o NextGenerationEU é “uma oportunidade única” para Portugal e os restantes países europeus “desenharem a mudança”.
“No que toca aos planos nacionais, trabalharemos em conjunto para garantir que contribuem para as transições ecológica e digital e para reforçar a resiliência económica e social de cada Estado-Membro, promovendo a criação de emprego e o seu potencial de crescimento”, garante.
De acordo com o compromisso alcançado em Julho passado, Portugal receberá 15,3 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido), incluindo 13,2 mil milhões de euros, até 2023, através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o principal instrumento do Fundo de Recuperação.
Os planos de recuperação e resiliência podem ser enviados pelos países a Bruxelas a partir de meados de Outubro, dispondo depois a Comissão Europeia de dois meses para os avaliar.
O Governo já veio dizer que Portugal quer ser dos primeiros países da UE a ter um plano de recuperação e resiliência “apresentado, discutido e aprovado” para aceder a fundos europeus a partir de início de 2021.
Entre as prioridades do executivo português estão questões como o reforço dos sistemas de saúde, o investimento em infraestruturas e na capacidade industrial e económica, o aumento da coesão territorial e da capacidade de concorrer a nível internacional, a realização da transição climática e ainda a reforma da administração pública.
Ursula von der Leyen estará a partir de segunda-feira em Lisboa, para uma visita de dois dias, a primeira desde que assumiu a presidência da Comissão, em Dezembro de 2019, e durante a qual participará numa sessão, na terça-feira, na Fundação Champalimaud, com o primeiro-ministro, António Costa, na qual apresentarão respectivamente os planos de recuperação europeu e português.
Ainda antes desta sessão, o primeiro-ministro e a presidente da Comissão Europeia farão uma visita ao Instituto Ricardo Jorge, valência que tem estado na primeira linha do combate à covid-19.
Durante a sua presença em Portugal, Ursula von der Leyen, participa na terça-feira, a convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na reunião do Conselho de Estado, que vai debater a situação e o futuro da Europa, e está marcado para o Palácio da Cidadela de Cascais, distrito de Lisboa.