BCP disponível para fusão com Banco Montepio
O BCP já terá comunicado ao ministro das Finanças que pode fazer parte da solução para os problemas do Banco Montepio, que vai ser alvo de reestruturação.
O BCP comunicou ao ministro das Finanças, João Leão, que está disponível para uma fusão com o Banco Montepio, caso haja necessidade de uma intervenção na instituição presidida por Pedro Leitão, noticiou este sábado o semanário Expresso.
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O BCP comunicou ao ministro das Finanças, João Leão, que está disponível para uma fusão com o Banco Montepio, caso haja necessidade de uma intervenção na instituição presidida por Pedro Leitão, noticiou este sábado o semanário Expresso.
O gabinete do ministro das Finanças, João Leitão, confirmou ao semanário a existência de reuniões com a administração do BCP, rejeitando que se tenham realizado para abordar o tema de uma fusão por eventuais problemas do banco que é detido pela Associação Mutualista Montepio Geral e que vai enfrentar um processo de reestruturação.
O Ministério das Finanças confirmou a realização de uma reunião com o BCP na quinta-feira, adiantando que o tema discutido foi o prolongamento das moratórias de crédito, aprovado esta semana em Conselho de Ministros. O banco não comentou o assunto.
O Banco Montepio anunciou em Junho que irá pôr em marcha um processo de reestruturação e nos últimos dias foi noticiado que se prepara para uma redução de 800 trabalhadores. Segundo o jornal online Eco, este plano de diminuição de pessoal (cerca de 20% dos trabalhadores) custará aproximadamente 80 milhões de euros.
Na sexta-feira, o Eco também noticiou que o plano de saídas foi finalmente anunciado por email aos trabalhadores. Estima-se “um intervalo máximo indicativo de redução de pessoas entre 600 a 900, tendo para o efeito sido requerida junto das entidades competentes a possibilidade de alargamento de quota para subsídio de desemprego”, refere a notícia.
O Expresso deste sábado nota que a gestão do BCP já tinha mostrado abertura para uma eventual operação de consolidação na apresentação de contas, em Julho.
Nessa ocasião, o presidente do BCP, Miguel Maya, afirmou, a propósito de uma hipotética compra do Novo Banco, que não havia planos de crescer por via de aquisições, mas que era “dever de uma gestão diligente” olhar para operações que surgissem no mercado.
O BCP é detido em 27,25% pelo grupo chinês Fosun. A petrolífera angolana Sonangol tem 19,49% do capital, seguindo-se o fundo norte-americano Black Rock, com 3,39%, e a EDP, com 2,06%.
Quanto à reestruturação do Banco Montepio, o Expresso dá conta que o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), o Sindicato Independente da Banca (SIB) e o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) reuniram-se na quarta-feira com Pedro Leitão, que confirmou a existência de um plano de redução de pessoal, sem ter adiantado detalhes quanto à dimensão.
A reestruturação “contempla um plano alargado de reformas antecipadas e de rescisões de contratos de trabalho por mútuo acordo [RMA]” até 2021, revelaram os sindicatos, que consideram a situação “muito preocupante”.
O Expresso refere que o plano de reestruturação terá sido aprovado apenas pela comissão executiva do Montepio e não pela administração, presidida por Carlos Tavares, e que já deu entrada no Banco de Portugal.
Sobre se foi informada destes planos e sobre eventuais necessidades futuras de capital do Banco Montepio, a Associação Montepio respondeu ao semanário que “acompanha a vida” da instituição, mas que há “matérias que se inscrevem na gestão do banco e do seu regulador.”
“Os processos de ajustamento, as suas dinâmicas de implementação e os impactos associados não deixam, contudo, de ser definidos e orientados no respeito pelos valores que inspiram a Associação Mutualista e todo o Grupo Montepio, garantindo, como tal, atenção particular às pessoas e às necessárias condições de aceitação e satisfação”, acrescentou.
E sobre eventuais necessidades de capital, a associação presidida por Virgílio Lima disse ao Expresso que “acompanha o estudo das necessidades e há soluções que passam pela optimização do capital existente no contexto regulatório”.